Dois homens condenados em Nova Iorque pelo homicídio do DJ fundador dos Run-DMC

Agência Lusa , AM
28 fev, 07:18
Jam Master Jay (Associated Press)

Jam Master Jay foi baleado e morto aos 37 anos em 30 de outubro de 2002

Dois homens foram condenados por um júri num tribunal de Nova Iorque pelo homicídio, em 2002, de Jam Master Jay, DJ e fundador dos Run-DMC e uma figura do hip-hop cuja morte repentina chocou o mundo artístico.

Jam Master Jay foi baleado e morto aos 37 anos em 30 de outubro de 2002, no seu estúdio de gravação no Queens, Nova Iorque, um crime que permaneceu sem resolução durante quase duas décadas, antes de dois suspeitos serem indiciados em 2020: Ronald Washington e Karl Jordan Jr.

“Vocês acabaram de matar duas pessoas inocentes”, frisou Ronald Washington ao ser conduzido para fora do tribunal federal do Brooklyn, enquanto familiares e amigos dos acusados, presentes no julgamento que durou quase um mês, começaram a chorar.

Segundo a procuradoria, os dois homens terão agido por vingança, após serem excluídos de uma venda de cocaína.

Os procuradores contaram com duas testemunhas que permaneceram em silêncio durante um longo período, por medo de represálias.

Segundo a tese, Karl Jordan Jr, na época com 18 anos e afilhado da vítima, atirou à cabeça do DJ, enquanto Ronald Washington mantinha as demais pessoas presentes no estúdio sob a mira de uma arma.

Mas os advogados de defesa apontaram para um terceiro suspeito, Jay Bryant, que foi acusado em maio de 2023 e será julgado separadamente e posteriormente.

Segundo a acusação, Jay Bryant está envolvido porque permitiu a entrada dos dois acusados no estúdio, mas para a defesa é sobre este que recaem as suspeitas mais pesadas.

A morte de Jam Master Jay no estúdio onde o Run-DMC foi formado no início dos anos 1980 foi um grande choque para o mundo do rap, lembrando as mortes violentas de outros dois gigantes: Tupac Shakur, assassinado em Las Vegas em 1996, e The Notorious B.I.G., morto em Los Angeles em 1997.

O funeral reuniu a elite do rap norte-americano da época, desde LL Cool J a Queen Latifah, incluindo Chuck D (Public Enemy) e os seus parceiros do Run-DMC, Joseph "Run" Simmons e Darryl “DMC” McDaniels, que marcaram presença entre vários milhares de pessoas.

O trio é frequentemente considerado o primeiro grande grupo de rap, com seus sucessos "It's Like That", "It's Tricky", e o famoso ‘cover’ da música dos Aerosmith, "Walk This Way", em dueto com o grupo de rock.

O julgamento revelou um lado mais sombrio do DJ, cujo nome verdadeiro era Jason Mizell, que se envolveu no tráfico de drogas para sustentar o seu estilo de vida e o dos seus familiares, enquanto o Run-DMC perdia notoriedade, segundo os procuradores.

A sentença será determinada posteriormente.

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