Legislativas: direção do PSD acusa algumas distritais de “estratégia de afrontamento"

Agência Lusa , CM
2 dez 2021, 14:49
Rui Rio no dia em que foi reeleito presidente do PSD (José Coelho/Lusa)

Em causa as propostas de listas de deputados onde constam apoiantes de Paulo Rangel e são excluídos os de Rui Rio

A direção do PSD acusou, nesta quinta-feira, algumas distritais que já entregaram as suas propostas de listas de deputados à Comissão Política Nacional (CPN), como Lisboa e Porto, de “uma estratégia de afrontamento”.

De acordo com fonte oficial da direção, essa estratégia passa por “manter os mesmos nomes” de há dois anos, e que apoiaram Paulo Rangel nas últimas diretas, e até “por excluir” os de apoiantes do presidente do PSD, Rui Rio, que foi reeleito no sábado com 52,4% dos votos.

Como exemplo mais flagrante, a mesma fonte aponta o caso da distrital do Porto que, apesar de só ter a sua reunião com a CPN no sábado, já enviou a lista, mantendo os nomes dos deputados e presidente da distrital, Alberto Machado, e do ex-líder da concelhia de Gaia Cancela Moura, que apoiaram abertamente Paulo Rangel nas diretas realizadas no sábado.

Da lista do Porto, acrescenta-se, não fazem sequer parte nomes de atuais deputados e que integram ou apoiaram a atual direção, como os do secretário-geral Hugo Carneiro ou da deputada e vice da bancada Catarina Rocha Ferreira.

No caso da distrital de Lisboa, aponta a mesma fonte, não é proposto o nome de Ricardo Baptista Leite - que há dois anos constava das indicações do PSD/Lisboa -, repetem-se nomes de deputados apoiantes de Paulo Rangel como Carlos Silva ou Sandra Pereira, e apresenta-se o de Rodrigo Gonçalves, que se afastou de Rui Rio, de quem foi apoiante na primeira eleição em 2018, tendo depois apoiado Luís Montenegro em 2020.

A direção estranha ainda que se proponham nomes como o dos presidentes das distritais de Faro, Cristóvão Norte, de Setúbal, Paulo Ribeiro, ou de Viseu, Pedro Alves, todos apoiantes declarados de Paulo Rangel.

“O que é comum às listas já apresentadas é uma estratégia de afrontamento, apresentando-se nos primeiros lugares apoiantes de Paulo Rangel e até se excluindo os apoiantes do presidente Rui Rio”, aponta-se.

A mesma fonte salienta que, em entrevistas recentes depois de vencer as diretas, Rui Rio já referiu que “a competência e a lealdade” seriam critérios para a elaboração das listas”.

“Não vai haver nenhuma limpeza étnica, mas há pessoas que não são integráveis. Claramente disseram que não se reviam na estratégia, porque querem entrar agora?”, questiona a mesma fonte.

No entanto, só na reunião da Comissão Política Nacional haverá decisões públicas da direção sobre as propostas das distritais, e esta só se realizará na terça-feira, pouco antes do Conselho Nacional marcado para Évora, pelas 21:00, e no qual se votarão as listas.

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