Chega recruta mais um deputado do PSD. Rui Cristina vai ser cabeça de lista por Évora

22 jan, 12:14
Rui Cristina (Mário Cruz/Lusa)

Anúncio deve ser oficializado nos próximos dias

Há mais um nome em vias de transitar do PSD para o Chega. Depois de António Maló de Abreu, o deputado Rui Cristina pode ser o senhor que se segue.

A notícia foi inicialmente avançada pela SIC Notícias e posteriormente confirmada pela CNN Portugal, referindo-se ao deputado que esta segunda-feira anunciou a desfiliação do partido, passando a cumprir o resto do mandato como não inscrito, foi convidado pelo partido de André Ventura para ser cabeça de lista pelo distrito de Évora.

O anúncio de Rui Cristina como deputado do Chega deve ser oficializado nos próximos dias.

Rui Cristina vai deixar o PSD e passar a deputado não inscrito até final da legislatura, alegando que a liderança de Luís Montenegro só está preocupada com “ajustes de contas internos”.

“Fica patente existir na atual liderança do PSD uma maior preocupação com ajustes de contas internos, imposição de egos que na essência não assumem compromissos sérios com o partido, interessados unicamente numa permanente querela pelo 'poder'”, refere a carta enviada por Rui Cristina ao secretário-geral do PSD a que a Lusa teve hoje acesso.

Rui Cristina foi anunciado como o quinto candidato na lista do PSD pelo distrito de Faro às legislativas antecipadas de 10 de março, encabeçada pelo vice-presidente social-democrata Miguel Pinto Luz, depois de ter sido o número dois nas eleições de 2022.

Numa mensagem de correio eletrónico enviada aos deputados sociais-democratas, Rui Cristina informou ainda que pretende concluir a atual legislatura como deputado não inscrito, alegando que não estarem reunidas condições políticas para continuar a integrar e a trabalhar no grupo parlamentar.

Na carta enviada a Hugo Soares a dar conhecimento da sua desfiliação, Rui Cristina, que assumia funções de coordenador do grupo parlamentar na Comissão de Saúde, salientou que se trata de uma decisão pessoal em conformidade com os seus “princípios individuais, morais, ideológicos e partidários”.

“Após uma reflexão profunda e amadurecida pela dor e sofrimento das consequências da mesma, não encontro alternativa que não seja uma rotura para com as decisões tomadas pela direção do partido, que violam a minha integridade de princípios”, alegou.

O texto refere ser do conhecimento geral a “fratura interna que nos últimos tempos tem assolado o Partido Social-Democrata e que hoje manifesta uma diferença inconciliável na estrutura interna do partido, um entrave à necessária estabilidade e prossecução do seu exercício político”.

“Diferenças inconciliáveis devido a uma banalizada instrumentalização do partido em benefício de interesses de pequenos grupos que se revezam, obstaculizando todo e qualquer horizonte de exercício político que se pretenda eficaz”, crítica Rui Cristina.

O deputado aponta também a posição das concelhias do Algarve, que “demonstraram a necessária unidade e defesa dos interesses do partido, em contraponto com os órgãos dirigentes que, pela autoridade, impuseram escolhas incompreensíveis em que ressaltam os interesses de grupos”.

Segundo refere, as propostas de solução governamental são “constantemente indexadas à querela interna, sem substância percetível seja para militantes ou, ainda mais grave, para os portugueses”, que estão “órfãos de uma liderança que se perfile como alternativa num horizonte de credibilidade exequível”.

“Torna-se assim impossível a minha permanência e anuência com este estado de coisas, que poderia resumir no famoso aforismo de Mandeville: `Vícios privados, benefícios públicos, escreve Rui Cristina.

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