Centenas de refugiados rohingya fugiram de centro de detenção na Malásia

Agência Lusa , AM
2 fev, 08:15
Rohingya (EPA)

Esta foi a segunda vez em dois anos que ocorre uma fuga deste género

Cerca de 131 migrantes vindos de Myanmar (antiga Birmânia), incluindo 115 refugiados rohingya, fugiram de um centro de detenção na Malásia na sequência de um motim, revelaram as autoridades esta sexta-feira.

O diretor-geral do Departamento de Imigração malaio, Ruslin Jusoh, disse que 131 detidos, todos homens, fugiram de um centro no estado de Perak, no norte da Malásia, na quinta-feira à noite, de acordo com um comunicado.

O responsável adiantou que um dos homens foi mortalmente atropelado por um veículo numa estrada enquanto fugia. Quase 400 agentes foram enviados para tentar deter os fugitivos, acrescentou.

O Departamento de Imigração disse que a fuga ocorreu às 21:50 de quinta-feira (12:50 de quinta-feira em Lisboa) no centro de detenção de imigração da cidade de Bidor, cerca de 140 quilómetros ao norte de Kuala Lumpur.

O chefe da polícia local, Mohamad Naim Asnawi, disse à agência de notícias malaia Bernama que os suspeitos incluíam 115 rohingya e 16 cidadãos de Myanmar.

Esta foi a segunda vez em dois anos que ocorre uma fuga deste género. Em 2022, 528 refugiados rohingya escaparam da detenção no norte do estado de Penang. Seis foram mortos quando tentavam atravessar uma estrada e a maioria dos outros foi detida novamente.

Muitos rohingya chegam à Malásia depois de meses de travessia de barco, enquanto outros chegam ao país pela fronteira com a Tailândia.

Aqueles que são detidos são frequentemente enviados para centros de detenção, geralmente sobrelotados e em más condições, de acordo com organizações de direitos humanos.

A Malásia, de maioria muçulmana, é um dos países para onde os rohingya fogem ou da perseguição em Myanmar, predominantemente budista, ou de campos de refugiados no Bangladesh.

Organizações não governamentais estimaram que mais de 100 mil rohingya vivem à margem da sociedade na Malásia, um país relativamente próspero, onde trabalham ilegalmente na construção ou em outros setores de baixos salários.

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