Costumam ser "o parente pobre" mas são "importantíssimas": DGS quer mais verbas para as equipas de saúde pública

29 fev, 15:58
Rita Sá Machado na CNN Summit

Rita Sá Machado apela ao próximo Executivo para uma maior aposta na área da saúde pública

Rita Sá Machado considera que não existe aposta suficiente do Governo nas equipas de saúde pública, responsáveis pela promoção da saúde e prevenção da doença. Para a diretora-geral da saúde, esta é uma vertente “importantíssima”, que precisa de mais investimento financeiro.

“Estamos a esquecer uma grande fatia que costuma ser o parente pobre, que é a promoção da saúde e a prevenção da doença”, garantiu Rita Sá Machado na CNN Summit desta quinta-feira. No Centro Cultural de Belém, a responsável sublinhou a importância de direcionar mais verbas para a área da saúde pública.

“O investimento na saúde é sobretudo focado e canalizado para aquilo que são cuidados de saúde. A OCDE diz-nos que o investimento na saúde pública nem chega a 1% daquilo que é o nosso financiamento”, apontou. Rita Sá Machado sublinhou que a área da promoção da saúde e da prevenção da doença não foi alvo de aposta pelo Governo, apelando ao próximo Executivo o fazer, atribuindo “mais verbas”.

Apesar de afirmar que é visto como “o parente pobre”, a diretora-geral da saúde sublinha o papel central das equipas de saúde pública. “As equipas estão no terreno. Não são cuidados de saúde primários nem cuidados de saúde hospitalares – são um pouco aqueles que fazem a ponte entre os dois e outros setores da sociedade”, explicou.

O papel que desempenham na literacia dos cidadãos, por exemplo em como lidar com os períodos de maior calor ou na preparação do envelhecimento, que “começa desde o nascimento”, é também essencial. “É importante cada vez mais nos focarmos em fazer as pessoas perceberem que também são responsáveis pela sua saúde”, disse Rita Sá Machado.

A diretora-geral da saúde pediu assim que não se esqueça a saúde pública na reorganização do SNS, que afirma ser “uma área de relevo”.

Noutro ponto, a responsável negou um “esvaziamento” da DGS, por ter perdido a coordenação das políticas de saúde mental para a secretaria-geral do Ministério da Saúde, que diz ter sido motivado por “questões mais vocacionadas para a organização dos serviços”.

“Não significa que não trabalhamos em parceria, porque trabalhamos. O nosso papel é não deixar que haja esse esvaziamento numa casa que tem 125 anos e um legado importante para o futuro dos portugueses”, afirmou.

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