Liga Conferência: Santa Clara-Partizan, 2-1 (crónica)

19 ago 2021, 23:41

Açor voou alto e banalizou Partizan

* Por Rui Paiva

Grandes bravos açorianos! O Santa Clara tomou o exemplo do Paços de Ferreira (que antes tinha vencido o Tottenham) e derrotou o Partizan por 2-1 nos Açores, em jogo da Liga Conferência Europa. Um grande jogo do conjunto dos açorianos, que não teve medo de enfrentar a equipa sérvia.

A diferença no historial entre as duas equipas é evidente: enquanto o Santa Clara participa pela segunda vez numa competição europeia, o Partizan até já foi finalista da Liga dos Campeões.

FILME, FICHA DE JOGO E VÍDEOS DOS GOLOS DO SANTA CLARA

Contudo, nos primeiros minutos de jogo ninguém diria: o Santa Clara entrou destemido e sem medo dos sérvios. Primeiro, logo aos três minutos, um remate do meio da rua de Rui Costa colocou o Partizan em sentido. Um aviso para o que viria a seguir.

Depois, aos 4 minutos, após uma boa combinação coletiva, Carlos Júnior inaugurou o marcador com uma assistência de Jean Patric. Explosão de alegria no Estádio de São Miguel. Estava feito o 1-0.  Um golo que o brasileiro dedicou a Costinha, que vai ficar de fora o resto da época, depois da lesão na jornada passada do campeonato diante do Moreirense.

Em vantagem, podia pensar-se que a equipa de Daniel Ramos iria recuar e dar a bola ao adversário. Nada mais errado: os açorianos continuaram a ter iniciativa de jogo e a assumir sem medo a posse da bola.

Contudo, com o passar do tempo, o Santa abrandou o ritmo, o que permitiu à equipa da Sérvia assumir o controlo do esférico. A equipa portuguesa, contudo, juntou os blocos e manteve a organização defensiva, tapando os caminhos da baliza de Ricardo Fernandes.

Quando podia, o Santa Clara não hesitava em sair para o ataque e os lances mais perigosos continuaram a pertencer à equipa da casa. Após um lançamento lateral longo, os açorianos tiveram muito perto de fazer o segundo aos 25 minutos. Boateng, contudo, cabeceou à barra e Carlos Júnior não conseguiu chegar a tempo da recarga.

Três minutos depois, mais uma excelente oportunidade de golo para o Santa Clara. Carlos Júnior dentro da área rematou para defesa de Popovic.

Na reta final do primeiro tempo, o Partizan aproximou-se da baliza contrária e obrigou a defesa dos açorianos a trabalhos redobrados. Contudo, apesar de alguns remates à baliza de Ricardo Fernandes, a primeira parte acabou sem que o Partizan conseguisse criar uma oportunidade de golo.

Quem assistiu ao início do segundo tempo, poderia pensar que estava a ter um déjá vu. Logo a abrir, golo do Santa Clara aos 48 minutos. Desta vez foi Morita que apareceu no meio da área e que com toda a classe do mundo atirou para o fundo das redes contrárias.

Mas dessa vez o Partizan não se deixou ficar e reagiu cinco minutos depois. Após um lance de bola parada, bem trabalhado pela equipa sérvia, Vujačić reduziu a vantagem.

O Santa Clara não se amedrontou com o golo sofrido. Aos 61 minutos, também através de um livre, voltou a ameaçar a baliza do conjunto sérvio. Lance cobrado por Lincoln, excelente defesa de Popovic. Pouco depois, os açorianos voltaram a chegar com perigo à baliza adversária, mas Jean Patric, em boa posição para fazer o golo, não conseguiu chegar primeiro do que o central do Partizan, que cortou o lance.

Contudo, a equipa da Sérvia, com boas individualidades, aproveitava quando os açorianos deixavam espaços. Aos 70 minutos, o jogo não ficou empatado por uma ‘unha negra’! O Partizan esteve duas vezes perto do golo no mesmo lance, que foi evitado por uma defesa tangencial de Ricardo Fernandes e por um corte enorme de Rafael Ramos.

Com o jogo a caminhar para o fim, os açorianos começaram a acusar o cansaço, permitindo ao Partizan tomar as rédeas do encontro. Mas mesmo até ao fim, a equipa de Daniel Ramos não deixou de procurar o terceiro golo. Aos 83 minutos, o remate do ‘meio da rua’ de Lincoln saiu a rasar o poste da baliza de Popovic.

Até ao final, o Partizan assegurou o controlo da bola e obrigou o Santa Clara a recuar. Contudo, a muralha açoriana, sempre solidária, não cedeu e guardou a vantagem até ao final. Que bela noite para Portugal. A noite em que os pequenos portugueses agigantaram-se perante os grandes da Europa.

Mais Lidas

Patrocinados