Lucro da Repsol cai 14% até setembro devido a queda do preço do petróleo e gás

Agência Lusa , PF
26 out 2023, 08:35
Estação da Repsol (Foto de arquivo: Lusa/Paulo Novais)

A empresa destacou que os resultados permitem avançar na transformação do grupo “com o desenvolvimento de projetos industriais de baixo carbono [e] o aumento do seu portfólio de ativos renováveis"

A petrolífera Repsol registou até setembro um lucro líquido de 2,79 mil milhões de euros, menos 14% face ao mesmo período do ano anterior, num contexto de queda dos preços do petróleo e do gás.

A empresa informou esta quinta-feira a Comissão Nacional do Mercado de Valores Mobiliários espanhola que o resultado líquido ajustado, que mede especificamente a evolução dos negócios, situou-se em 3,8 mil milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, uma quebra de 16,4%.

No mesmo período, a Repsol investiu 4,36 milhões de euros, mais 82% em termos homólogos, principalmente em projetos de baixo carbono, dos quais 41% foram para a Espanha e 37% para os EUA.

A energética prevê terminar 2023 com um investimento total de cerca de 5,2 mil milhões de euros, 24% mais do que os quase 4,2 mil milhões de euros que reservou no ano passado, sendo que 35% serão destinados a iniciativas de baixo carbono.

A Repsol destacou que os resultados permitem avançar na transformação do grupo “com o desenvolvimento de projetos industriais de baixo carbono [e] o aumento do seu portfólio de ativos renováveis".

Após o lançamento de novos ativos eólicos e instalações fotovoltaicas em Espanha, EUA e Chile, o portfólio de energias renováveis do grupo atingiu 2.300 megawatts.

A Repsol apontou como objetivo atingir seis mil megawatts até 2025 e 20 mil megawatts até 2030.

O presidente executivo da Repsol, Josu Jon Imaz, considerou que 2023 está a ser um ano de “profunda transformação” para a empresa, “com progressos firmes na descarbonização”.

A dívida líquida da empresa situava-se em 1,86 mil milhões de euros no final do terceiro trimestre, com a liquidez a atingir 10,65 mil milhões de euros, o suficiente para cobrir mais de cinco vezes os pagamentos da dívida de curto prazo.

Os acionistas da Repsol acordaram ainda aumentar de 0,375 euros para 0,4 euros por ação o dividendo a pagar ao longo de janeiro de 2024 aos seus mais de 520 mil acionistas, a grande maioria minoritária e localizados em Espanha.

Em julho, a empresa anunciou uma nova redução de capital mediante o resgate de 60 milhões de ações próprias até final do ano, que se juntam aos 50 milhões de títulos cancelados em junho.

Segundo a empresa, a combinação de dividendos e redução de capital significará a distribuição, em 2023, de cerca de 2,4 mil milhões de euros aos acionistas.

Face à redução de capital, a empresa lançou em julho um programa de recompra de um máximo de 50 milhões de ações próprias.

As ações remanescentes serão provenientes de ações existentes em tesouraria e/ou da liquidação de derivativos sobre ações próprias previamente contratados pela empresa.

Desta forma, no final deste ano, a Repsol terá reduzido o seu capital social em 20% face ao existente em dezembro de 2021, bem acima do objetivo estabelecido pelo plano estratégico 2021-2025.

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