Mundial2023: faltam 300 mil euros para pagar a preparação dos lobos

27 abr 2023, 23:04
Seleção de rugby (FOTO: FPR)

Carlos Amado da Silva lançou alerta na tomada de posse dos órgãos sociais para o quadriénio de 2023/27

O presidente da Federação Portuguesa de Râguebi (FPR), Carlos Amado da Silva, assumiu dificuldades para custear a preparação dos Lobos para o Mundial de França2023, para a qual «são precisos mais 300 mil euros» do que as verbas já angariadas.

«Vamos gastar pelo menos 700 mil euros na preparação. A World Rugby (WR) já contribuiu com 400 mil, mas não chega. São precisos mais 300 mil», contabilizou o dirigente, em Oeiras, à margem da tomada de posse dos órgãos sociais da FPR para o quadriénio 2023/27.

As verbas em questão, explicou o dirigente, servem para pagar «três estágios» a realizar pelos lobos nos meses de julho e agosto, antes de viajarem para França, assim como para «compensar os jogadores pelos salários que perdem por ir ao Mundial».

«O tempo que os jogadores estão fora tem de ser pago pela FPR, conforme determinam as disposições legais. Mas quem paga à FPR? Não podemos ser penalizados por ter sucesso desportivo. Não faz sentido», desabafou o presidente reeleito há uma semana para um novo mandato.

Segundo Amado da Silva, apesar de existir «a ideia de que agora chove dinheiro por causa do Mundial», os valores conseguidos após o apuramento «não chegam para os custos», mas a preparação, ainda assim, «não está em risco».

«E nem estou a contabilizar prémios para os jogadores, que também é justo que os tenham. Mas uma coisa eu exijo: eles têm de ser ressarcidos, pelo menos, pelo dinheiro que vão perder, nem que para isso tenhamos de nos endividar. É o mínimo», prosseguiu.

Nesse sentido, o secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Correia, «tem procurado ajudar e vai continuar a fazê-lo», destacou o presidente da FPR, mas «tem de ver onde é que é possível» desbloquear as verbas em falta.

Sobre o mandato que agora inicia, Amado da Silva assumiu que «ao contrário de há quatro anos», quando a qualificação para o Mundial de França2023 «não era um objetivo assumido», agora, «não ir ao Austrália2027 seria uma derrota cara» para a direção a que preside.

Entre a «equipa reforçada» de dez vice-presidentes que tomaram posse, numa unidade hoteleira em Oeiras, destacam-se, «pela primeira vez, duas mulheres», assim como o antigo internacional português Julien Bardy, que «vai fazer a ligação com os jogadores e clubes de França».

«Nunca houve um ambiente tão pacífico no râguebi nacional. Esta direção, agora eleita, foi apoiada por todos os clubes, menos um. Espero que possamos aproveitar este ambiente positivo para trabalharmos todos no sentido de melhorar o râguebi em Portugal», afirmou o presidente, durante a cerimónia de tomada de posse.

Será apenas a segunda participação de sempre de Portugal numa fase final de um Mundial, após a histórica campanha dos lobos no França2007.

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