Operação europeia antimáfia: PJ detém italiano de 62 anos em Portugal e apreende meio milhão de euros em dinheiro

3 mai 2023, 10:14
Polícia Judiciária

A Polícia Judiciária revelou esta quarta-feira que, no âmbito da Operação Eureka, foi detido em Portugal um homem de 62 anos de nacionalidade italiana que está indiciado "pela prática de crimes de associação criminosa, de branqueamento de capitais, e de tráfico de estupefacientes, saldando-se na apreensão vastos elementos de prova, documentos, viaturas e dinheiro (cerca de meio milhão de euros), bem como o arresto dos ativos de 9 sociedades comerciais, incluindo 5 estabelecimentos de restauração".

Uma operação policial europeia "de grande envergadura" decorreu esta quarta-feira em vários países, incluindo Portugal, focada em membros da organização criminosa italiana 'Ndrangheta, segundo fontes judiciais.

"A nível nacional, esta ação policial teve lugar em Braga, Vila Nova de Gaia, Aveiro e Lisboa", refere a PJ em comunicado, acrescentando que, globalmente, a operação resultou na detenção de 108 suspeitos ligados à máfia.

Na nota enviada às redações, a PJ indica que levou a cabo, "em concertação com o DCIAP – Departamento Central de Investigação e Ação Penal, no âmbito de Cooperação Judiciária e Policial com as Autoridades Judiciárias Italianas", uma operação policial destinada ao cumprimento de vários mandados de busca domiciliária e não domiciliária, bem como ao cumprimentos de mandados de detenção europeus. 

"A ação policial em causa inseriu-se numa grande operação internacional, denominada "Eureka", que se desenrolou no continente Europeu, nomeadamente em Itália, Alemanha, Espanha, França, Bélgica, Eslovénia, Roménia, e ainda na América do Sul, em países como no Brasil e no Panamá", esclarece o comunicado das autoridades.

A PJ acrescenta que a operação visou "o desmantelamento de uma organização criminosa, de estilo mafioso, conhecida por 'Ndrangheta, originária da cidade de San Luca, em Régio-Calábria, Itália, sendo reconhecida como a maior organização policriminal italiana, com ligações ao Primeiro Comando da Capital do Brasil e responsável pelo transporte e tráfico de grandes quantidades de cocaína para a Europa, tráfico de armas, posse ilegal de armas, fraude e evasão fiscal, branqueamento de capitais e corrupção".

Segundo a mesma nota, a rede criminosa investigada é liderada por famílias poderosas da Calábria, que "estiveram envolvidas durante décadas em episódios de violência entre clãs, com vários confrontos armados em San Luca, que culminaram em tiroteios em massa em Itália e no estrangeiro, com particular destaque para o massacre de Duisburg, na Alemanha, em 2007".

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