Pensões devem subir 8,5% em Espanha em 2023, praticamente o dobro de Portugal

4 out 2022, 17:45
Estrutura de Retaguarda Covid-19 (José Coelho/ Lusa)

Valor final para subida das pensões em Espanha será conhecido em novembro. Em Portugal, o governo já definiu as atualizações de 2023, não aplicando a fórmula prevista na lei e gerando duras críticas da oposição

A garantia é dada pelo Governo espanhol, pela voz da ministra das Finanças Maria Jesús Montero: nenhum pensionista daquele país vai perder poder de compra em 2023. E, por isso, as pensões deverão assistir a um aumento de 8,5%, escreve o “El Mundo”.

O valor é ainda uma estimativa, já que a lei espanhola prevê uma atualização consoante a inflação média registada entre dezembro de 2021 e novembro de 2022. Ou seja, só no próximo mês, será possível saber o valor exato.

Ainda assim, o executivo espanhol vai separar 190.687 milhões de euros em pensões no próximo ano, um aumento de 11,4% face ao que acontece em 2022. A justificar esta subida está sobretudo o impacto da inflação no custo de vida, a que se junta depois um número maior de reformados.

Em setembro, a inflação em Espanha terá ficado nos 9%, desacelerando ligeiramente face ao mês anterior. Em Portugal, estima-se que o indicador se fixe nos 9,3%.

Mas, apesar da semelhança nos números, o cenário das pensões no país vizinho é diferente daquilo que está previsto em Portugal. Por cá, as pensões não terão um aumento tão acentuado como a inflação registada. Em vez de aplicar a fórmula, o Governo português optou por devolver meia pensão já em outubro de 2022 e fixou os limites das atualizações para o próximo ano.

Está prevista uma atualização de 4,43% para pensões até 886 euros, de 4,07% para pensões entre os 886 euros e os 2.659 euros e de 3,53% para as outras pensões sujeitas a atualização.

O Governo português tem insistido que nenhum pensionista receberá, em 2023, menos de pensão com a solução encontrada (bónus e atualização fixada) do que com a aplicação estrita da fórmula associada à inflação. Contudo, a oposição tem acusado o executivo de levar a cabo um “truque”, uma vez que, com o novo teto, a pensão de 2023 ficará mais baixa, penalizando a atualização dos anos seguintes.

Em Portugal, a atualização das pensões deverá ter um custo de 1.155 milhões em 2023. Os bónus de meia pensão vão custar mil milhões aos cofres públicos já neste ano, segundo as contas do executivo.

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