"Uma questão de justiça". Pedro Nuno Santos defende recuperação total do tempo de serviço dos professores

11 dez 2023, 10:36

Candidato a secretário-geral do PS não quis comentar as declarações do ainda ministro da Educação, João Costa, mas disse que reposição do tempo de serviço é "uma questão de justiça"

Pedro Nuno Santos quer a recuperação total do tempo de serviço dos professores por uma questão de justiça. Em entrevista à TVI, o candidato a secretário-geral do PS não quis comentar as declarações do ainda ministro da Educação, João Costa, que afirmou que sob a sua liderança seria possível essa recuperação, mas admite que será necessário construir um faseamento gradual que não coloque em causa as contas públicas.

"Eu não posso comentar as palavras do ministro da Educação, embora eu imagine que ele tenha, ao longo do tempo, defendido a posição que se enquadrava nos limites que estavam definidos pelo Governo como um todo. Eu defendo que o tempo seja reposto por uma questão de justiça. O Estado exige que as empresas no setor privado cumpram os contratos com os seus trabalhadores, é bom que também façam o mesmo com os seus", defendeu Pedro Nuno Santos.

O adversário de José Luís Carneiro na corrida à liderança do PS defende ainda que tem de ser construído, "de acordo com o seu custo e a capacidade orçamental que o país for tendo, (...) um faseamento gradual que permita ir recuperando o tempo sem pôr em causa as contas públicas".

"E é possível encontrar este equilíbrio. Acho que o devemos fazer porque nós queremos também ter uma administração pública que seja atraente, que permita recrutar e reter quadros qualificados. E nós temos dificuldade e pagamos os custos disso", considerou.

Na passada terça-feira, João Costa, em entrevista à Renascença, admitiu que há margem para a recuperação integral do tempo de serviço dos professores, uma das bandeiras vermelhas dos sindicatos nas negociações com o Ministério e uma das reivindicações nas greves do último ano letivo e do atual. Apoiante assumido de Pedro Nuno Santos na corrida à liderança do PS, o ainda ministro da Educação voltou a afirmar que a reivindicação dos professores “é justa e legítima” e reconheceu que a recuperação do tempo de serviço é uma questão “de vontade e de capacidade”.

“É [uma questão] de vontade e de capacidade. Repare: além de muitos imprevistos, tivemos também de chegar a muitas frentes. Tivemos de chegar não apenas à carreira dos professores. Tivemos de chegar a outras pessoas que trabalham nas escolas, ‘desprecariezar’ muita gente. Houve uma prioridade, logo no início deste ciclo político, de devolução de rendimentos. Depois, uma prioridade, nesta legislatura em particular, de olhar para carreiras que tinham ficado mais para trás, as carreiras gerais, a carreira técnica superior, a carreira de assistentes operacionais, a carreira de assistentes técnicos... Essa foi a prioridade e houve muitas medidas feitas pela administração pública nesse sentido. Se conseguirmos ir mais além, ótimo”, argumentou.

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