"Obviamente que sabia". Pedro Nuno Santos confirma que concordou com compra de ações dos CTT

ECO - Parceiro CNN Portugal , Mariana Espírito Santo
4 jan, 15:33

Secretário-geral do PS, que na altura da operação era ministro das Infraestruturas, assegura que não conduziu o processo, mas tinha conhecimento

“Obviamente que sabia e que concordo com o que foi feito” na compra de ações dos CTT, reitera Pedro Nuno Santos, em declarações no Parlamento, esta quinta-feira. O secretário-geral do PS, que na altura da operação era ministro das Infraestruturas, assegura que não conduziu o processo, mas tinha conhecimento do que aconteceu.

Defende ainda que a privatização foi “desastrosa” e “lesou o interesse do Estado e dos portugueses”, pelo que a “participação do Estado na empresa permitia acompanhar o cumprimento do contrato”. Nega ainda ter sido uma “moeda de troca”, numa referência às insinuações de que tinha feito parte das negociações com o Bloco e PCP.

Esta polémica surgiu depois de nesta terça-feira, o Jornal Económico ter revelado que a Parpública comprou ações dos CTT por ordem do ex-ministro das Finanças, João Leão, uma informação confirmada pelo ECO. Pedro Nuno Santos já tinha negado ter dado “orientações” sobre a compra de ações dos CTT, em declarações esta quarta-feira. No entanto, partidos como o PSD e a IL exigiram mais explicações sobre o caso.

O ex-ministro reitera que “em nenhum momento disse que não sabia da operação”, justificando que “estava a espera que o Governo prestasse declarações” sobre o caso.

Já sobre o facto de a informação não ter sido tornada pública na altura, Pedro Nuno Santos salienta que não conduziu o processo, mas o que julga ter acontecido foi “proteger o interesse nacional, garantindo que não ia haver inflacionamento dos preços”.

Questionado sobre se queria reverter a privatização, o líder socialista atira que não podem “corrigir todas as asneiras que PSD/CDS fizeram” enquanto estavam no Governo. “Não está prevista nenhuma reversão”, diz.

Pedro Nuno Santos desvaloriza ainda a polémica criada à volta deste caso, apontando que “temos de fazer combate político como adultos, não há nada extraordinário neste processo”.

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