V. Guimarães - P. Ferreira, 0-1 (destaques)

9 dez 2000, 19:10

Everaldo aproveitou adormecimento vimaranense Com Rafael em dia de pouca acção, os pacenses insistiram nos alas, ou seja, em Everaldo e Beto. Pedro fez três defesas praticamente impossíveis e Geraldo foi o único elemento razoável no Guimarães.

Everaldo

É fácil interpretar o virtuosismo quando se transforma em eficácia e constrói o sucesso. A imagem de aflição estampada no rosto de Alvarez a cinco minutos do fim do jogo serve para justificar toda a exibição de Everaldo, jogador quase sempre em evidência no Paços de Ferreira e que soube levar a persistência ao poder. O brasileiro foi muito mais do que o marcador do golo que leva os pacenses a confirmar, uma vez mais, o campeonato agradável que está a protagonizar (com esta vitória soma 22 pontos, sobe para o sétimo lugar, ficando a apenas dois do Benfica). Everaldo surgiu como referência quando a equipa percebeu que Rafael não estava a produzir, demorou a conhecer Alvarez para o ultrapassar e só no segundo tempo começou a dançar em cima da bola, brincando com a sensatez adversária. De tanto ir à linha e centrar para a finalização pouco certeira dos pontas-de-lança, percebeu o adormecimento por contágio de Alvarez e levou os cem adeptos pacenses ao delírio a poucos momentos do fim. 

Pedro

Contrariando a tendência dos pequenos que tentam sobreviver, o guarda-redes do Paços de Ferreira comportou-se como um grande. Foi poucas vezes solicitado e quando isso aconteceu fez espantar de incredulidade avançados, adeptos e quejandos quando por três vezes se opôs a remates dos vimaranenses. Apareceu pela primeira e segunda vez quando o adversário tentava forçar o golo a escassos instantes do intervalo. A intenção e colocação pareciam imparáveis, mas Pedro colocou as mãos onde seria impossível arrogar defesas. A segunda parte foi tranquila porque o Paços dominou e o Guimarães conseguiu diminuir a objectivo, que já tinha sido tão escassa. Porém, novamente quando o jogo estava perto do fim, mas ainda antes do golo, o guardião voltou a negar a Sérgio Júnior a hipótese de exterminar o sofrimento e transmitiu uma mensagem de segurança à equipa, que poucas vezes falhou, mas quando foi derrubada nunca caiu desamparada. 

Beto 
Adaptado a extremo-direito, o brasileiro não tem estranhado a posição, antes aproveita-a para apurar a combatividade e o sentido de colectivo, tão importante numa equipa impregnada de generosidade. Beto tem o defeito de falhar alguns passes, mas o erro não lhe incomoda o espírito e leva-o a formatar o estilo de jogo em função de Paulo Vida, que espera atenciosamente os seus cruzamentos e assistências. Não foi tão vistoso quanto Everaldo, mas talvez tenha sido igualmente útil, porque impediu o contra-ataque vimaranense e uma maior actividade de Paiva e Hugo Cunha. 

Geraldo

Destacar um jogador no meio de tanta intranquilidade é complicado, mas Geraldo merece uma menção, por muito curta que seja. Álvaro deu-lhe o lado esquerdo da defesa, onde foi retirado entretanto o falível Rogério Matias, com a esperança de oferecer maior profundidade aos flanco. Na primeira parte nada disso foi conseguido, mas no segundo tempo o brasileiro tirou partido da rapidez e desenvoltura no ataque para aparecer várias vezes no auxílio ao sector mais avançado. Já se sabe que nada disso trouxe frutos palpáveis, mas existe o mérito de também não ter oferecido grandes espaços ao adversário. 

Centrais vimaranenses

O máximo ponto da intranquilidade vimaranense reflecte-se em Paulão e Márcio Theodoro, nomeadamente neste último, que parece enervar-se com a responsabilidade de ostentar uma faixa no braço esquerdo. Definitivamente, as coisas não estão a correr bem, os golos não surgem, cada passe serve para afundar as ténues esperanças de recuperação psicológica e nem o cunho pessoal de Álvaro Magalhães oferece outra atitude à equipa. Para já, os vimaranenses ainda não vão descer abaixo da «linha de água», mas o abismo fica demasiado perto...

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