«Não é em duas semanas que se constrói uma equipa», admite Álvaro Magalhães

9 dez 2000, 19:28

V. Guimarães - Paços de Ferreira, 0-1 (reportagem) O técnico vimaranense confessa a desistência do sonho europeu e avisa que «a partir de agora vamos lutar pelo ponto». José Mota revelou-se obviamente satisfeito.

A postura inicial de ambas as equipas deixava antever um bom espectáculo. A primeira parte ficou aquém das expectativas, mas a segunda metade confirmou o que se já se adivinhava. Jogo aberto com as duas formações a procurarem constantemente o aroma que salpica a beleza do futebol: os golos. Só por uma vez apareceu e logo para uma das equipas-sensação deste campeonato, o Paços de Ferreira. 

Álvaro Magalhães por diversas vezes pediu de mãos bem levantadas o incentivo do público aos seus jogadores. O 12º jogador como costuma referir, mas nem esse foi capaz de inspirar a equipa, galvanizando-a para a vitória. O objectivo Europa esfumou-se e em Guimarães já se fala na manutenção, depois de cinco derrotas consecutivas (Boavista, Benfica, Moreirense, Belenenses e Paços de Ferreira). 

O técnico vimaranense perdeu na sua estreia em casa em jogos a contar para o campeonato. No final, avalizou que «a sua equipa fez uma primeira parte de grande nível e na segunda metade nem jogámos mal. O golo surgiu de uma desconcentração da equipa e foi muito consentido», diz. 

Para Álvaro, «o V.Guimarães merecia outro resultado», pelo que fez nos primeiros 45 minutos, mas a «ansiedade» traiu as suas intenções, acrescentando de pronto que «não é em duas semanas que se constrói uma equipa». O técnico vitoriano apela ainda ao realismo: «Vamos tentar pontuar, jogo a jogo».  

Sobre possíveis reajustamentos do plantel, sublinha o discurso já apresentado em diversas alturas. «Sei aquilo que quero e o presidente também. Iremos fazer os reajustamentos necessários para que a equipa seja mais equilibrada em todos os sectores», mas ainda acredita nos jogadores disponíveis: «Vamos sair desta situação com trabalho. É preciso motivá-los e não criticá-los».  

«Jogamos em todo o lado para vencer» (José Mota) 

José Mota, técnico pacense, apresentou em Guimarães uma equipa com uma filosofia própria de jogo, não abdicando de atacar sempre que podia. Elogie-se a atitude e postura da equipa da Capital do Móvel que se bateu dentro do terreno de jogo, sem medos e rodeios, acreditando sempre na obtenção de um resultado positivo...mais uma vez conseguiu-o, somado a sexta vitória no campeonato. 

O treinador surgiu na sala satisfeito com a sua equipa. «O Paços de Ferreira já deu provas mais do que suficientes. Durante este campeonato tentamos sempre ganhar os jogos, nunca nos inibimos, nem nunca fomos inferiores aos nossos adversários, mesmo quando perdemos. Jogamos em todo o lado para vencer». 

Quanto ao jogo, que a sua equipa tinha acabado de vencer, afere que «na primeira parte», a sua equipa «não esteve muito bem, mas tivemos uma postura digna. O adversário teve mérito e criou-nos muitas dificuldades, pois estamos habituados a ter a posse de bola e a dominar o jogo». O intervalo foi positivo e temperante para a sua equipa. «Falei com os jogadores e fomos inteligentes. Na segunda parte houve uma rectificação e a equipa já foi mais agressiva, conseguiu sair para o ataque de forma organizada e criou diversas situações de golo. O Vitória encontrou um Paços de Ferreira organizado e acabamos por justificar a vitória». 

Quanto ao futuro, não tem dúvidas: «o nosso objectivo foi traçado no início da época e visa a manutenção, mas a praticar bom futebol», explica, acrescentando que «a ambição passa por ganhar os jogos todos. Jogaremos sempre da mesma forma, contra o Porto, Benfica, etc... Temos uma equipa digna, humilde e que luta sempre pelos três pontos». 

Antes de terminar a sua intervenção, uma palavra de apreço para o adversário. «O Vitória não está a fazer um campeonato ao nível dos pergaminhos do clube, mas vai de certeza absoluta conseguir outros resultados. O Vitória é uma equipa boa, muito boa. Gosto dela, porque jogam sempre para ganhar»  

Manoel regressou após quatro meses ausente 

O avançado Manoel iniciou o campeonato a titular em Braga, mas aos três minutos saiu lesionado num lance com Artur Jorge. Hoje retornou aos relvados, mas não conseguiu ajudar a sua equipa a triunfar. «É sempre bom regressar, mas não foi da maneira que eu queria, pois perdemos o jogo. É importante continuar a trabalhar», diz, mostrando-se convicto que «os resultados vão aparecer», mas «temos tido falta de sorte», refere.

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