O craque do Cercle Brugge que tem de esperar para entrar nos «diabos vermelhos»
Afastada dos grandes palcos nos últimos anos, a seleção belga parece ter andado a preparar, quase que às escondidas, um regresso em força. A tal ponto que parece certo que os «diabos vermelhos» vão fazer um brilharete em breve, que falta apenas saber quando vão estar «no ponto».A fornada parece não ter fim. Se jogadores como Kompany (27 anos), Vertonghen (26), Witsel (25), Fellaini (26) ou Dembelé (26) ainda estão no auge da carreira, ou a chegar lá, jovens como Courtois (21 anos), De Bruyne (22), Hazard (23), Benteke (23) ou Lukaku (20) podem estar ainda em início de carreira, mas estão já convertidos em valores mais do que seguros.
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— Football Funnys (@FootballFunnys) 9 outubro 2013
Uma junção de talento nada habitual num país que tem um terço da área de Portugal. As promessas até fazem fila, e o selecionador Marc Wilmots pode dar-se ao luxo de deixar de fora, entre outros, jogadores como Maxime Lestienne.
Produto da formação do Mouscron, este extremo estreou-se na equipa principal com apenas 16 anos, em dezembro de 2008. E logo frente ao Club Brugge, para o qual se acabaria por transferir um ano depois, sensivelmente, perante a falência do Mouscron.
Uma escolha feita com o coração, dado que Lestienne é adepto do Club Brugge desde pequeno. Mas uma opção feita também de forma racional, com os pais, que insistiram na ideia de Maxime continuar na Bélgica, apesar de já então despertar a cobiça de grandes clubes europeus.
O Club Brugge superou então a concorrência do Anderlecht e do Standard de Liège, que era orientado pelo ex-benfiquista Michel Preudhomme, que curiosamente é agora o treinador de Lestienne.
Agora com 21 anos, o extremo é a figura principal de um emblema que procura encerrar um «jejum» de oito anos sem ganhar o título nacional. Com dez golos é o melhor marcador da equipa na Liga, e forte candidato ao prémio de jogador do ano.
Lestienne já foi chamado à seleção belga em maio de 2013, mas não chegou a estrear-se, pelo que a presença do Mundial 2014 não deve passar de um sonho, até devido ao caso disciplinar protagonizado no passado mês de setembro, quando levou a namorada para o quarto, durante um estágio da seleção sub-21. Foi, por isto, afastado das seleções por seis meses.
«Quando era mais novo fiz muita porcaria. Não roubei nem violei, mas fiz muita porcaria. Ninguém se podia meter comigo. Onde quer que houvesse confusão, eu estava lá», disse o jogador em 2009.
Em todo o caso esta rebeldia assumida por Lestienne parece cada vez mais restrita ao terreno de jogo. Na irreverência com que define os lances, como se estivesse a jogar na rua, ou na incrível velocidade com que conduz a bola colada ao pé esquerdo, como se fosse atrás do autocarro.
Especialmente perigoso quando tem espaço para acelerar, é um extremo que tanto joga pela esquerdo como na direita, aqui com a capacidade de fazer diagonais para zonas interiores, ou à procura do ponta de lança.
Um jogador muito promissor, em lista de espera para a estreia nos «diabos vermelhos», algo que deve acontecer depois do Mundial. E nessa altura o mais provável é que já nem seja jogador do Club Brugge.
