Caixa entrega 461 milhões ao Estado, Banco de Portugal dá zero. CP também dá dividendo

ECO - Parceiro CNN Portugal , Alberto Teixeira
10 out 2023, 16:51
Fernando Medina na apresentação do OE2024 (LUSA/JOSÉ SENA GOULÃO)

O Governo não conta com dividendos do Banco de Portugal em 2024. Já a Caixa entregará 461 milhões ao Estado, depois do dividendo recorde de 712 milhões deste ano

Caixa Geral de Depósitos (CGD) acabou de pagar um dividendo recorde na ordem dos 712 milhões de euros. Para o próximo ano, vai voltar a dar dinheiro ao Estado, mas bem menos. A proposta de Orçamento do Estado para 2024 prevê uma contribuição de 461 milhões do banco público. Já o Banco de Portugal não dará qualquer contributo, o que acontece pela primeira vez em muitos anos devido ao aperto da política monetária do Banco Central Europeu (BCE).

Outra novidade que consta da proposta orçamental que Fernando Medina entregou esta terça-feira no Parlamento é a Comboios de Portugal, de quem o ministro espera um dividendo “simbólico” de 1,8 milhões de euros. Já o Banco Português de Fomento não dá dividendo — na proposta para 2023 previa dividendos, mas o banco liderado por Celeste Hagatong também não deverá fazer qualquer distribuição ao acionista.

Em relação ao Banco de Portugal, o governador Mário Centeno já tinha avisado que que a instituição ia entrar “numa fase de resultados negativos” por conta das perdas relacionadas com o impacto da subida das taxas de juro no seu balanço. O banco central vai evitar prejuízos nos próximos anos porque vai usar provisões para levar os resultados a zero. O ministro das Finanças ainda contou com 238 milhões do Banco de Portugal este ano, mas vai deixar de receber nos próximos. É preciso recuar a 1992 para termos um ano de contas negativas no Banco de Portugal.

No que diz respeito à Caixa, faz duas semanas que entregou o maior dividendo da sua história no valor de 712 milhões de euros, que correspondem a 351 milhões de euros em numerário e 361 milhões relativos à entrega do edifício-sede do banco na Avenida João XXI, em Lisboa. Para 2024 o dividendo será de “apenas” 462 milhões. Os resultados dos bancos vão continuar a ser impulsionados pela alta das taxas de juro e a CGD também está a tirar partido do novo ciclo da política monetária.

Ao todo, os dividendos a pagar ao Estado pelas empresas públicas no próximo ano ascende a 463 milhões de euros.

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