A tendência dos dirigentes para a demissão

21 set 2001, 18:24

Bilhete Ver primeiro ou não ver nada?

As contas não estão feitas, mas um olhar empírico chega: o Benfica foi, na última década, o clube com mais demissões nos seus órgãos sociais. 

É difícil encontrar uma explicação. A uns faltou sabedoria, a outros paciência, a muitos capacidade para resistir à bola que salta da trave e embate na tribuna presidencial. A quase todos faltou dinheiro ou pelo menos engenho para o arranjar e talento para o gastar bem. E houve também duas direcções de Vale e Azevedo. 

Por entre guerras internas e externas, o Benfica perdeu tempo e demasiados campeonatos. Estranho é que ninguém pareça ter aprendido a lição. Esta direcção, eleita quase só por ser diferente das de Vale e Azevedo, começou o seu trabalho da pior forma, faltando ao prometido durante as eleições. 

Prosseguiu com o adeus a um treinador que estava a ganhar, uma limpeza de balneário e condução desastrada do maior negócio da vida do clube, o novo estádio da Luz. Face a tudo isto, é difícil não esquecer aquele que foi o seu maior mérito: encontrar solução para diversas armadilhas herdadas da gestão anterior. Pelo meio, perdeu quatro dirigentes, três deles do Conselho Fiscal, outro o vice-financeiro. Todos homens cuja função era zelar pela correcta aplicação dos dinheiros do clube. 

Por tudo isto, e porque as aparências também jogam, Manuel Vilarinho poderia aproveitar para fazer do dossier estádio não só um motivo de orgulho para os benfiquistas como um modelo de gestão, credibilidade e transparência. Tem menos de uma semana para o conseguir. 

P.S. ¿ Esta é a segunda vez que João Carvalho se demite do Conselho Fiscal do Benfica. A primeira aconteceu com Vale e Azevedo, agora foi com Manuel Vilarinho. Tal registo faz dele um homem que tem dificuldade em saber o que quer ou alguém que vê mais longe e mais cedo do que os restantes. O tempo ajudará a perceber.

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