Jorge Jesus, já o afirmei publicamente, mesmo com o comunicado que publicou a agradecer ao Benfica devia ter dito, olhos nos olhos, a Luís Filipe Vieira «vocês não me querem, eu também não quero ficar e vou para o Sporting». Era de bicampeão e só lhe reforçava o prestígio. Com isso perdeu, supostamente, caso fosse mesmo assim - já duvido, embora sejam coisas como estas que afastam em definitivo duas pessoas… -, um amigo. E criou condições, a reboque do péssimo tratamento de que foi alvo Marco Silva, para que algumas figuras (nem todas para mim tão fundamentais como alguns possam imaginar – o meu total apreço para Isabel Trigo Mira, Abrantes Mendes e Vasco Lourenço) se atirassem como gato aos bofes de Bruno de Carvalho.
Quanto a isso, até admito que a estrutura que lidera o Sporting possa ter todas as razões que estão condensadas nas 400 páginas da nota de culpa. Mas se são todas semelhantes aquelas que são do domínio publico, Bruno de Carvalho podia, também ele – já agora, não tinha ficado mal a Jorge Jesus esperar pela resolução do problema com o antecessor – ter dado uma de campeão e procurado rescindir amigavelmente com o técnico que ajudou a conquistar a Taça de Portugal. E já se sabe não será apagado das fotografias…
Ao não fazê-lo é aquilo que se tem visto. Insulto para cá, insulto para lá e de repente a contratação de JJ passou para plano secundário, a própria resolução do diferendo Sporting-Marco SIlva parece ter sido ultrapassada e quem tem capitalizado é o rival Benfica. Porquê? Porque ao ver a poeira andar no ar por Alvalade vai fazendo com que os adeptos se habituem à ideia de que Rui Vitória será o novo técnico. E até sorriem porque a contratação, enorme contratação do seu ex-treinador pelos leões, está a fazer com que o solar verde e branco volte a estar em polvorosa.
Ainda recentemente Godinho Lopes, o presidente leonino que antecedeu Bruno de Carvalho, disse à RTPI que as suas opiniões eram as de um comum associado. Mas tendo em conta a ferocidade com que foram feitas ninguém acredita nisso, para mais quando a sua passagem pelo Sporting deixou marcas que só, acreditam os mais fiéis dos leões, se apagarão daqui por muitos anos. Ou seja: como o ADN do leão é bacteriologicamente inalterável e bom é viver em conflito, razão tem aquele meu amigo, associado leonino de mais de 50 anos, democrata dos quatro costados, que acredita estar condenado a viver em ditadura. Por isso ninguém se cala, como disse o Rei.
PS: