Onze internacional de 2015
2015 não é ano de Mundial, nem sequer de Jogos Olímpicos, pelo que na escolha de um onze do ano ganham particular relevância as competições europeias e ligas nacionais. E aí há que dizer que este voltou a ser o ano do Barcelona. Mais que um clube, diz o lema do emblema catalão. Mais do que meia equipa do ano, acrescentamos nós.Luis Enrique parece ter reavivado o espírito de conquista blaugrana
De resto, os catalães foram arrebatadores. Conquistaram Liga dos Campeões, Liga Espanhola, Taça do Rei, Supertaça Europeia e, antes do ano acabar, em vésperas do Natal, ainda foram ao Japão buscar mais uma pedra preciosa para colocar na sua coroa de reis do futebol no ano que agora finda: o Mundial de Clubes.
Luis Enrique quase repetiu o histórico sextete
A Juve também merece destaque por ter conquistado pela quarta vez consecutiva o scudetto
Num rápido olhar para os restantes Big Five
Em Inglaterra, porém, deu-se uma das quebras de rendimento mais estranhas da história recente do futebol mundial: Mourinho voltou a colocar o Chelsea nos píncaros, com a conquista do título inglês, mas no arranque da nova época os londrinos entraram em queda livre e o técnico português acabou o ano despedido.
Nas provas de seleções, destaque para o Chile, anfitrião e pela primeira vez vencedor da quase centenária Copa América.
Os títulos coletivos têm naturalmente um peso significativo numa escolha individual.
Naquele que para nós é o melhor onze da temporada não poderia faltar Cristiano Ronaldo, único representante do Real Madrid, mas há sobretudo uma preponderância do Barcelona de Lionel Messi.
A equipa-ideal é mais de meio Barça – que ocupa seis das onze posições – mas há representantes de mais dois clubes: Juventus e Bayern de Munique – o chileno Arturo Vidal até representou um na primeira metade do ano e outro na segunda.
Por nacionalidades, a distribuição é bem maior: Espanha tem três representantes, mais um do que a Itália. Argentina, Chile, Uruguai, Alemanha, Brasil e Portugal são os outros países representados.
GUARDA-REDES
Completou em novembro 20 anos de uma carreira profissional em que o sucesso se mede em mais de 900 jogos e 18 títulos coletivos. O veterano Gianluigi Buffon
O alemão Manuel Neuer (Bayern de Munique) e o belga Thibaut Courtois (Chelsea), campeões da Bundesliga e da Premier League, respetivamente, também estiveram em destaque num ano em que Iker Casillas esteve também na berlinda, não por ter juntado mais títulos ao seu impressionante palmarés, mas pela troca do Real Madrid pelo FC Porto.
DEFESAS
Está Piqué
No flanco direito, a opção poderia recair sobre o sérvio Ivanovic, não fosse o péssimo arranque de temporada do Chelsea. Porém, pela polivalência e influência na manobra tática de Guardiola no Bayern não há como deixar de fora Philipp Lahm
MÉDIOS
Para acomodar devidamente os craques e não deixar ninguém de fora, há que sacrificar por vezes o sistema tático. Neste caso, o meio-campo fica entregue a dois jogadores. Uma dupla de respeito, naturalmente.
Pela prestação na sua seleção na conquista da primeira Copa América e na Juve, além da consequente transferência para o Bayern, a troco de 37 milhões de euros, Arturo Vidal
Podiam, ainda assim, constar entre os eleitos Pirlo, ainda e sempre, que aos 36 anos teve em 2014/15 uma época ao mais alto nível para rumar à Major League Soccer, bem como o seu ex-colega de equipa Paul Pogba, francês da Juve que ameaça quebrar recordes a cada janela de transferências. Ou então Rakitic, que se impôs no Barça como substituto de Xavi, ou dignos representantes da nova vaga de talentos no futebol belga como Hazard (Chelsea) ou De Bruyne, outra das transferências do ano (74 milhões do Wolfsburgo para o Manchester City).
AVANÇADOS
Num ano em que o Barcelona conquistou cinco dos seis troféus possíveis não há como fugir ao trio MSN. Em conjunto, Lionel Messi
O uruguaio é talvez o mais letal finalizador do futebol mundial neste momento e como prova mais recente disso mesmo apontou nada menos do que cinco golos em dois jogos do Mundial de Clubes.
No entanto, apesar de estrelas como Ibrahimovic, Müller ou Lewandowski só caberem no banco, na equipa principal há que arrumar o esquema tático na frente, até porque não há como descartar a presença do Bola de Ouro de 2014 e Bota de Ouro 2014/15 (48 golos na Liga Espanhola).
Mesmo sem vencer um troféu coletivo relevante, tem de haver espaço na equipa dos melhores do mundo para Cristiano Ronaldo