Nuno Rebelo de Sousa tentou marcar encontro entre a ministra Ana Mendes Godinho e banco brasileiro parceiro da Santa Casa antes do cancelamento deste negócio controverso

15 dez 2023, 21:14

Nuno Rebelo de Sousa, filho do Presidente da República envolvido na polémica da alegada cunha para o tratamento de duas gémeas luso-brasileiras no Hospital de Santa Maria, tentou intervir noutro caso controverso: o negócio da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) no Brasil

O anúncio de uma parceria entre a SCML com o Banco de Brasília para explorar os jogos sociais na capital do Brasil foi anunciado no início de abril mas rapidamente enfrentou dificuldades, até ser definitivamente cancelado em outubro pela própria Santa Casa.

A nova provedora, Ana Jorge, argumentou não querer perder mais dinheiro depois de prejuízos de milhões de euros, tendo sido igualmente detetadas irregularidades numa auditoria que continua em curso, falhas já contestadas pelo anterior provedor, Edmundo Martinho.

Antes de o negócio ser cancelado, Nuno Rebelo de Sousa propôs um encontro da ministra da tutela, Ana Mendes Godinho, com o presidente do banco parceiro da Santa Casa, encontro que a ministra garante que recusou.

É isso que revelam mensagens a que o Exclusivo da TVI (do mesmo grupo da CNN Portugal) teve acesso, nomeadamente uma entre Nuno Rebelo de Sousa e a própria Ana Mendes Godinho, mensagem que a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social não desmente.  

A ministra confirma duas reuniões com o filho do Presidente da República, uma delas com a presença da nova provedora, mas garante que o tema negócios da SCML no Brasil apenas foi abordado numa dessas reuniões e de forma completamente secundária, num “comentário genérico” de Nuno Rebelo de Sousa.

As reuniões aconteceram num período de pouco mais de dois meses, numa fase crítica para o futuro dos negócios da Santa Casa no Brasil (26 de abril e 28 de junho de 2023) e foram pedidas por Nuno Rebelo de Sousa enquanto presidente da Câmara Portuguesa de Comércio no Brasil - São Paulo, mas o Ministério garante que os temas na agenda e nas propostas das reuniões foram outros.

As mensagens a que a TVI teve acesso indicam que Nuno Rebelo de Sousa dizia estar bem informado sobre aquilo que iria acontecer ao negócio.

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