Novo aeroporto: Comissão Técnica Independente diz que "Santarém nunca foi descartado" mas não pode ser 'hub' intercontinental

Agência Lusa , BCE
12 mar, 14:25

No relatório final da avaliação ambiental estratégica do novo aeroporto, a comissão estabelece a opção Santarém como “aeroporto complementar" ao Humberto Delgado, "mas com um número de movimentos limitado, não permitindo satisfazer a capacidade aeroportuária necessária no longo prazo"

A coordenadora da Comissão Técnica Independente do novo aeroporto indicou esta terça-feira que o projeto de Santarém nunca foi descartado, mas, segundo informações da NAV e da Força Aérea, não pode ser centro de conexão (‘hub’) intercontinental.

“Santarém nunca foi descartado, porque Santarém faz parte das opções estratégicas que constam da Resolução do Conselho de Ministros e, portanto, tinha de se manter na avaliação até ao final, o que acontece foi que nós, no relatório preliminar, quando considerámos Santarém inviável, era inviável para se constituir como um ‘hub’ intercontinental”, apontou Rosário Partidário.

A Comissão Técnica Independente (CTI) publicou na segunda-feira à noite o relatório final da avaliação ambiental estratégica do novo aeroporto, mantendo a recomendação de uma solução única em Alcochete ou Vendas Novas, mas apontou que Humberto Delgado + Santarém “pode ser uma solução”.

Nesta solução, a comissão refere Santarém como “aeroporto complementar ao AHD (Humberto Delgado), mas com um número de movimentos limitado, não permitindo satisfazer a capacidade aeroportuária necessária no longo prazo”, mas “teria a vantagem de permitir ultrapassar no curto prazo as condicionantes criadas pelo contrato de concessão, tendo ainda como vantagem um financiamento privado”.

Os promotores de Santarém disseram esta terça-feira que a CTI “não deu a devida atenção ao trabalho desenvolvido sobretudo entre dezembro e janeiro com a NAV”, que, segundo os promotores, resultou num conjunto de soluções que permitem resolver os problemas de navegabilidade aérea pela proximidade à base aérea de Monte Real, apontados no relatório preliminar, e escalar para um ‘hub’.

Rosário Partidário garantiu esta terça-feira que a CTI não tem qualquer indicação por parte da NAV, responsável pelo controlo da navegação aérea, sobre o que os promotores de Santarém afirmam.

“Nós temos no relatório ambiental, no anexo um, um ofício do Estado Maior da Força Aérea onde está muito claro que não pode haver cedência da área do bloco de Monte Real, temos também um esclarecimento adicional da NAV onde refere justamente que, por causa dessa limitação, Santarém não tem capacidade de movimentos para se constituir como um ‘hub’ intercontinental. Essa situação mantém-se”, assegurou a coordenadora da CTI.

Rosário Partidário explicou que a CTI decidiu diferenciar no relatório final uma solução “potencialmente de mais curto prazo”, de acordo com os tempos apresentados pelos promotores do projeto, em que Santarém tem uma pista que pode ajudar a descongestionar o Aeroporto Humberto Delgado, mas com um menor número de movimentos do que Lisboa.

O relatório final, que está disponível na página aeroparticipa.pt, será formalmente entregue ao Governo em 22 de março, juntamente com o parecer da Comissão de Acompanhamento, presidida por Carlos Mineiro Aires.

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