Governo continua a acompanhar a situação depois do golpe de Estado
Oito dos 10 portugueses identificados que manifestaram vontade de sair do Níger já foram retirados do país africano, anunciou esta quarta-feira o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE), referindo que a retirada de cidadãos nacionais continua.
“O número de cidadãos com nacionalidade portuguesa identificados é, neste momento, de 11. Dos 10 que manifestaram interesse em sair do país, oito já foram retirados com sucesso”, segundo a informação prestada à Lusa pelo MNE.
O MNE acrescenta que “continua a acompanhar a situação no Níger através da Embaixada de Portugal em Abuja, e em articulação com a Delegação da UE em Niamey”.
De madrugada chegaram a Paris as 262 pessoas retiradas do Níger pelo avião francês vindo do país africano, entre as quais cinco portugueses, desconhecendo-se se fazem parte do grupo identificado pelas autoridades portuguesas.
A ministra dos Negócios Estrangeiros francesa, Catherine Colonna, afirmou que havia 262 pessoas a bordo do avião, um Airbus A330, incluindo uma dúzia de crianças, sendo “quase todos os passageiros" de nacionalidade francesa, noticiou a agência AFP.
O voo transportou igualmente cidadãos portugueses, além de nigerianos, belgas, etíopes e libaneses, segundo a informação prestada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros de França à imprensa presente no aeroporto de Roissy.
O voo aterrou no aeroporto Paris-Roissy Charles de Gaulle pouco depois da 01:30 locais (00:30 em Lisboa).
O golpe de Estado no Níger, liderado pelo general Abdourahamane Tiani, foi condenado pela comunidade internacional, nomeadamente os Estados Unidos e a União Europeia, que considera o país um baluarte essencial da estabilidade volátil da região do Sahel, tendo suspendido a ajuda orçamental a Niamey e alertado que poderia impor novas sanções.
Os países da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que iniciaram hoje uma reunião de três dias, em Abuja, na Nigéria, para discutir a situação nigerina, reunidos numa cimeira extraordinária no domingo passado, também condenaram o golpe e deram uma semana aos responsáveis para restaurar o Presidente deposto Mohamed Bazoum, sob pena de recorrerem à força.