Secretário-geral da NATO fica mais um ano. Stoltenberg terminava mandato em setembro

29 jun 2023, 19:42
Jens Stoltenberg, secretário geral da NATO, reage à anexação dos territórios ucranianos à Rússia (AP Photo)

Esta será a segunda vez que o norueguês vê o seu mandato prolongado por um ano, depois de o mesmo ter acontecido em 2022 com a invasão da Ucrânia

Os países membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) acordaram prolongar o mandato do secretário-geral Jens Stoltenberg por mais um ano, avança a agência AFP, que cita um diplomata da aliança. O líder da Aliança Atlântica ocupa o cargo há nove anos.

A decisão deverá ser formalizada na próxima semana, mas foi confirmada por fontes próximas do caso. "Todos concordaram. A renovação será formalmente registada e anunciada na próxima semana", disse um diplomata da NATO.

O norueguês Jens Stoltenberg assumiu a liderança da NATO no dia 1 de outubro de 2014, tendo completo dois mandatos de quatro anos desde então. O seu último mandato acabava em 2022, mas, devido à guerra na Ucrânia foi prolongado até outubro deste ano. 

A embaixadora norte-americana para a NATO, Julianne Smith, não confirma a existência de um acordo, mas garante que a decisão acerca do cargo de secretário-geral da aliança será anunciado "nos próximos dias". 

Questionado pela agência Lusa, o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, indicou na quarta-feira que os próximos dias serão decisivos.

"O secretário-geral Stoltenberg tem feito um trabalho muitíssimo importante num quadro extremamente difícil. Haverá um momento em que haverá uma sucessão, ainda não chegámos a esse momento. Vamos ver nos próximos dias se será possível substituí-lo ou se isso acontecerá só em 2024", declarou o chefe da diplomacia portuguesa em Paris, onde manteve contactos de alto nível com as autoridades francesas.

Recorde-se que Stoltenberg afirmou em várias circunstâncias que não teria "qualquer intenção" de continuar à frente dos destinos da Aliança Atlântica. O secretário-geral da NATO remeteu sempre a decisão para os 31 membros. "O meu futuro é decidido pelos Aliados", insistiu.

Durante vários meses, o candidato favorito para ascender à liderança da aliança foi o ministro da Defesa britânico, Ben Wallace, que contava com o apoio de vários países do leste da Europa. Após muita especulação, o ministro acabou por revelar que tal não ia acontecer, numa entrevista à revista The Economist.

Numa entrevista à Lusa divulgada este mês, o embaixador português junto da NATO admitiu ser "desejável" que o atual secretário-geral, Jens Stoltenberg, seja sucedido por uma mulher, numa decisão que poderá ser tomada na cimeira de julho, em Vilnius. Mas também não fecha a porta a que se opte pelo prolongamento do mandato.

"É possível que saia um nome para a sucessão do secretário-geral, mas não é sequer garantido que haja uma decisão ou que não haja uma decisão para prolongar o mandato", até porque isso "já aconteceu no passado", adiantou Pedro Costa Pereira.

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