Luís Montenegro atingido com tinta na cabeça, atacante detido. No fim: líder da AD desvaloriza, Nuno Melo nem por isso

CNN Portugal , AM/WL, com Lusa. Atualizado às 13:55
28 fev, 11:57


 

Líder da AD reagiu com humor: "Não faltou pontaria ao jovem que me abordou mas era mais fácil termos dialogado". Nuno Melo foi bem mais incisivo

Luís Montenegro, líder da Aliança Democrática, foi atingido na cabeça com tinta verde. O ataque foi reivindicado pelo movimento Greve Climática e aconteceu durante a visita de Luís Montenegro à Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL). O atacante foi detido no local pela PSP.

O também líder do PSD reagiu com humor: riu-se do momento dizendo que ser atingido com tinta "não causa um transtorno excessivo" e acrescentou que vai ter de atrasar a agenda porque tem de se "limpar" porque "isto aqui não sai".

"Pontaria não faltou ao jovem que me abordou. Tenho todo o respeito por quem se manifesta e defende as suas causas, mas se a ideia era transmitir-me a preocupação que todos devemos ter com as alterações climáticas com as questões da sustentabilidade, era mais fácil termos conversado, termos dialogado acerca disso. O nosso programa eleitoral contempla várias medidas sobre isso e o nosso objetivo é ter, obviamente, as garantias de que nós conseguimos ter uma economia forte, qualidade de vida, e ao mesmo tempo deixar a quem vem a seguir a nós um planeta cuidado e uma sociedade com sustentabilidade a todos os níveis", afirmou Montenegro.

Já o presidente do CDS-PP, Nuno Melo, parceiro de coligação do PSD nas listas da AD e que acompanhava Luís Montenegro na visita, considerou tratar-se de um “ato cobarde e infantil, uma idiotice com agenda política, com violência”. Questionado sobre se concordava com as declarações de Nuno Melo, Montenegro fugiu à pergunta.

Em comunicado, o movimento Greve Climática reclama a autoria do protesto. "Se respeitassem os jovens não estariam a condenar o nosso futuro em nome do lucro."

"Foi um ataque à democracia": a reação de Mortágua (e ainda a reação dos demais líderes)

Em campanha eleitoral em Leiria, Pedro Nuno Santos reagiu ao ataque com tinta a Montenegro, condenando "qualquer protesto em contexto de campanha eleitoral”. “Lamento esse protesto”, reforçou o líder socialista.

Num almoço com militantes em Leiria, Pedro Nuno Santos volta a condenar o ataque com tinta a Luís Montenegro. O socialista deixou uma nota de “lamento e condenação aos protestos climáticos”, reforçando o “direito de todas as candidaturas apresentarem os seus projetos livremente”. No entanto, defendeu que "desta forma só chamam a atenção para a tinta, não chamam a atenção para a causa".

Também Mariana Mortágua, coordenadora do Bloco de Esquerda, condenou o ataque dos ativistas climáticos contra Luís Montenegro, considerando que o mesmo "é um ataque à liberdade na campanha eleitoral e portanto à democracia".

Posição semelhante foi tomada por Rui Rocha, da Iniciativa Liberal, que disse que "atacar a democracia e a Liberdade" é "inaceitável e contraproducente para as causas que dizem defender".

O presidente do Chega, André Ventura, considerou que o líder do PSD, Luís Montenegro, foi alvo de “um ato desprezível e de cobardia” ao ser atingido com tinta verde à entrada da Bolsa de Turismo de Lisboa. “O que aconteceu em Lisboa, em que o candidato da AD foi atacado com tinta, é um ato desprezível e de cobardia”, escreveu Ventura na rede social X (antigo Twitter).

O presidente do Chega considerou que este ato “não ajuda causa nenhuma, não representa de todo os jovens portugueses e merece condenação inequívoca”.

O porta-voz do Livre lamentou o incidente que envolveu o presidente do PSD, atingido com tinta verde por um jovem, e defendeu uma adequação entre os fins e os meios no combate pelas causas. “Em primeiro lugar lamento e desejo que não volte a acontecer, que não aconteça a outros candidatos”, afirmou Rui Tavares, que falava em Vila Real.

O dirigente do Livre desejou que a “campanha seja feita sem incidentes, sem nenhum tipo de problemas físicos de nenhum candidato de qualquer partido que seja” e sem “qualquer violação do seu espaço físico ou pessoal”. “Achamos que toda a gente que é ativista de uma causa, que ama a causa pela qual luta tem também a responsabilidade de pensar sempre sobre a adequação entre os fins e os meios, porque quanto mais ama essa causa mais quer que todos os seus concidadãos sejam atraídos para lutar também por ela”, afirmou à margem de uma ação de campanha na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD).

 A porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, lamentou o protesto com tinta verde que atingiu o presidente do PSD, Luís Montenegro, em Lisboa, mas mostrou-se solidária com a “frustração dos jovens que vão pagar a fatura climática”.  Em Carcavelos, Inês Sousa Real afastou qualquer ligação do Pessoas-Ambiente-Natureza (PAN) a organizações que protagonizaram o ato contra Luís Montenegro à entrada da Bolsa de Turismo de Lisboa, entretanto reivindicado pelo movimento Fim ao Fóssil.

“O PAN não tem qualquer ligação a estes movimentos da sociedade civil. Respeitamos a independência e autonomia destes movimentos”, disse a candidata do PAN, acrescentando: “Ao invés de atirar tinta e estarmos a discutir esta ação, seria importante estarmos a discutir as políticas ambientais de cada força política”.

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