Neemias Queta «preparado» para a NBA: «Atingi o pico de forma este ano»

26 jun 2021, 10:43
Neemias Queta

Português diz que desistir de concorrer ao draft em 2019 «foi a melhor decisão»: «Evoluí bastante»

O português Neemias Queta sublinhou a necessidade de sair no domingo com uma «boa imagem» pessoal e desportiva do Draft Combine da Liga norte-americana de basquetebol (NBA), a decorrer em Chicago.

«Quero dar o meu máximo, fazer o meu melhor, dar a entender que melhorei nos últimos anos, tentando passar uma boa imagem do jogador e da pessoa que sou, no sentido de avançar um passo para poder estar mais perto do meu objetivo», partilhou à agência Lusa o ex-poste dos Utah State Aggies, envolvido no evento desde terça-feira, na Wintrust Arena.

O jogador natural de Lisboa foi uma das 69 promessas dos campeonatos universitários dos Estados Unidos convidadas a realizarem esta semana jogos de cinco contra cinco, exercícios, exames médicos e entrevistas sob observação das 30 franquias da NBA.

«Acima de tudo, sinto-me preparado. Nos últimos anos, não me sentia tão preparado fisicamente. Senti que dei o salto este ano e atingi o meu pico de forma, estando agora à espera de outras oportunidades», assumiu o poste, de 21 anos, elegível desde 29 de março para ser o primeiro português a atuar no campeonato mais prestigiado do mundo.

Neemias Queta abdicou assim de uma possível penúltima época universitária nos Utah State Aggies para apostar no draft, evento anual de seleção de novos atletas, aprazado para 29 de julho, na Barclays Centre Arena, casa dos Brooklyn Nets, em Nova Iorque.

«Não tenho preferências e só precisarei é de aproveitar se alguma equipa me der uma oportunidade. Acho que é a melhor coisa que posso fazer. Não me vejo a fazer pedidos, mas a tentar convencer para ter a chance de dar o meu melhor», frisou, quando instado a comentar o potencial interesse de equipas como Toronto Raptors ou New York Knicks.

O internacional luso já tinha experienciado o «Draft Combine» em maio de 2019, no final da primeira de três épocas pelos Utah State Aggies, que guiou à conquista do título da conferência Mountain West nesse ano e em 2020 e ao vice-campeonato há três meses.

«No primeiro ano, estava mais nervoso. Era a minha primeira grande prova. Estar mesmo à beira de lá ir encheu-me de nervos, não de ansiedade. Aprendi que este processo não me pode prejudicar em nada e só me pode ajudar. Havia uma altura em que era só um sonho, mas, desde que pus na cabeça que queria chegar à NBA, nunca duvidei», notou.

Formado entre Barreirense e Benfica, o melhor rookie e defesa desse torneio ainda se disponibilizou para concorrer ao draft em 2019, mas viria a recuar na decisão antes do evento de recrutamento, optando por continuar a crescer em Logan, no estado do Utah.

«Naquele momento custou dar um passo atrás, porque não sabia se era garantido que voltaria a ter esta oportunidade, nem nunca se sabe o que podia vir a acontecer. Ainda assim, mais valia ir preparado a 100% do que não estar preparado. Penso que foi a melhor decisão para mim, porque evoluí bastante nos dois anos seguintes», recordou.

Neemias Queta abandonou os Utah State Aggies em março e passou a ser representado em maio pelo espanhol Enrique Villalobos, ex-atleta do Real Madrid, de 1988 a 1992, e atual membro da BDA Sports International, empresa do conceituado agente Bill Duffy.

«Para triunfar na NBA, um poste tem de ser móvel, capaz de correr o campo, fazer muitos desarmes de lançamento e ser um bom finalizador com as duas mãos. Isso são os mínimos. Depois, os extras passam por ter um controlo de bola, sendo certo que saber lançar também ajuda, daí que tenha trabalhado bastante nesses aspetos», enumerou.

Em Chicago, Neemias Queta sobressaiu logo nas medições oficiais do Draft Combine de 2021, ao ser o mais alto entre todos os presentes (214,63 centímetros quando calçado), tendo ainda maior envergadura de braços (223,52) e alcance quanto ao salto (285,75).

«Se eu consegui chegar cá, quem me conhece vai dizer que tudo é possível. Desde que cresci, nunca fui dos melhores jogadores em Portugal. Mantive-me sempre humilde, no meu caminho e fui tentando ser melhor a cada dia que passava. Isso ajudou-me e só mostra que, se trabalhar e fizer o que é pedido, posso extrair benefícios», valorizou.

Além das boas impressões na vertente física, incrementando 10 quilos em relação ao combine de 2019, para ser o terceiro mais pesado (112,6), sobressaiu em passes, lançamentos e instintos defensivos nos exercícios e encara agora situações de jogo.

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