Líder dos republicanos no Senado dos EUA vai abandonar o cargo após período recorde

Agência Lusa , PF
28 fev, 19:37
Mitch McConnell

McConnell não deu nenhuma razão específica para o momento da sua decisão, que tinha ponderado há vários meses

O líder da minoria democrata no Senado dos EUA, Mitch McConnell, vai deixar em novembro o cargo, que ocupou pelo período recorde de quase duas décadas.

McConnell, que completou 82 anos na semana passada, vai anunciar a decisão ainda hoje, na sala do Senado, um lugar onde chegou em 1985 e permaneceu desde então, incluindo duas décadas em que liderou a bancada republicana.

“Um dos talentos mais subestimados da vida é saber quando é hora de passar para o próximo capítulo da vida”, disse McConnell, num comunicado, em que informa a sua decisão de abandonar o Senado no final do seu mandato.

A decisão pontua uma transição ideológica em curso no Partido Republicano, desde o conservadorismo tradicional de Ronald Reagan e de fortes alianças internacionais, até ao populismo impetuoso e muitas vezes isolacionista do ex-presidente Donald Trump.

Os seus assessores garantiram que o anúncio de McConnell sobre o abandono do cargo de liderança não tem relação com o seu estado de saúde, apesar de ter sofrido um traumatismo craniano devido a uma queda no ano passado.

Politicamente, o senador eleito pelo estado de Kentucky tem estado sob pressão crescente da ala mais conservadora do seu partido, que se alinhou com Trump, de quem McConnell se afastou desde dezembro de 2020, quando se recusou a aceitar a tese de que as eleições presidenciais de 2020 tinham sido fraudulentas.

Contudo, McConnell não deu nenhuma razão específica para o momento da sua decisão, que tinha ponderado há vários meses.

McConnell apoiou a visão do ex-presidente Ronald Reagan (1981-1989) sobre o papel dos EUA no mundo e, por isso, foi um dos apoiantes da continuidade da ajuda militar e financeira norte-americana à Ucrânia, apesar de o seu partido, alinhado com as posições de Trump, ter revelado resistência a esse plano.

Apesar desta atitude, os críticos de McConnell insistem que ele poderia ter feito mais, incluindo votar para condenar Trump durante o segundo julgamento de destituição do ex-Presidente republicano.

Na altura, McConnell não o fez, argumentando que, porque Trump tinha deixado já a Casa Branca, não poderia estar sujeito a um processo de ‘impeachment’.

E.U.A.

Mais E.U.A.

Patrocinados