Ministro da Saúde admite "dificuldades" mas rejeita "discurso alarmista" dos médicos: "São dificuldades habituais nesta época do ano"

CNN Portugal , BCE
27 dez 2023, 21:11

Manuel Pizarro diz esperar que o agravamento das infeções respiratórias "comece a atenuar na primeira semana de janeiro", mas ressalva que esta é uma situação que tem de ser avaliada diariamente

O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, admitiu esta quarta-feira a existência de "dificuldades de atendimento" nos serviços de urgência, numa altura de grande afluência nos hospitais devido ao aumento das infeções respiratórias, nomeadamente de gripe A.

Em declarações aos jornalistas, o ministro garante estar "a acompanhar" a situação nos hospitais da região de Lisboa, onde há utentes que chegam a esperar até quase 18 horas para serem atendidos nas urgências.

"Não se pode afirmar que se trata de uma circunstancia não habitual, (...) é costume nesta época de inverno, quando chegam as infeções respiratórias, haver um aumento da afluência às urgências e algumas dificuldades de atendimento", relativizou.

Questionado sobre as recentes declarações da Federação Nacional dos Médicos (Fnam), que advertiu que a elevada afluência aos hospitais está a obrigar médicos a "medicina de catástrofe", o ministro lamentou que os profissionais de saúde estejam a promover um "discurso alarmista". "Não gosto nada que sejam os profissionais de saúde, médicos, enfermeiros ou outros, a traduzir um discurso que pode ser interpretado pela população como um discurso alarmista", vincou.

Manuel Pizarro reforçou que as dificuldades no atendimento de doentes "são habituais nesta época do ano". "O que não as torna mais aceitáveis, mas são habituais", completou, apelando à população para que contacte a linha SNS24 antes de se dirigir aos hospitais.

Interrogado pelos jornalistas sobre se a situação nos hospitais se pode agravar ao longo deste inverno, o ministro indicou que "habitualmente" as "agudizações das infeções respiratórias ocorrem por períodos de duas, três semanas". Ora, o Ministério da Saúde, diz, tem verificado "já desde meados de dezembro" um "agravamento" das infeções respiratórias nos adultos, sendo que nas crianças o pico terá ocorrido em novembro. 

"Espero que isto comece a atenuar na primeira semana de janeiro, mas é algo que temos de ir avaliando no dia a dia", apontou.

O Governo revelou esta quarta-feira que vai avançar com um plano de contingência para reforçar a resposta do Serviço Nacional de Saúde (SNS) no próximo fim de semana e no dia da passagem do ano. Os utentes poderão, assim, deslocar-se aos centros de saúde mais próximos da sua área de residência, o que vai permitir que pessoas com casos considerados menos graves não se desloquem às urgências dos hospitais. 

Esta é uma medida incluída no plano estratégico para a resposta do SNS este inverno, sendo que também a linha SNS 24 aparece como alternativa.

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