Pelas 13:30 de quinta-feira, outro fenómeno extremo de vento atingiu o estuário do Tejo e causou danos em Almada, Moita e Montijo
O fenómeno extremo de vento no concelho de Silves destruiu duas casas pré-fabricadas, deixando duas pessoas deslocadas, e causou quedas de árvores de grande porte que danificaram viaturas, disse esta sexta-feira à Lusa a Proteção Civil.
Este evento, que começou pelas 18:20 de quinta-feira na freguesia de São Bartolomeu de Messines, no concelho de Silves, no distrito de Faro, atingiu ainda oito casas, causando danos sobretudo na cobertura, e causou a queda de postes de telecomunicações e energia, explicou Pedro Araújo, oficial de operações na Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).
As duas pessoas deslocadas foram acolhidas por familiares, referiu ainda, num balanço à Lusa, pelas 00:30, sobre as últimas 24 horas de mau tempo em Portugal continental.
Antes, com início pelas 13:30 de quinta-feira, outro fenómeno extremo de vento atingiu o estuário do Tejo, com períodos de vento muito intenso, que provocaram danos em Almada, Moita e Montijo, no distrito de Setúbal, e precipitação mais intensa a norte do Tejo, na Grande Lisboa, em concelhos como Lisboa, Vila Franca de Xira, Oeiras ou Cascais, detalhou Pedro Araújo.
Entre as ocorrências, destacou danos num restaurante em Almada, em coberturas de casas em Sarilhos Grandes (Montijo) e Sarilhos Pequenos (Moita), quedas de árvores e postes de energia e comunicação
Este fenómeno na zona de Lisboa está a ser analisado pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), pois poderá configurar do ponto de vista técnico um tornado.
Também esta quinta-feira, pelas 14:38, um acidente que envolveu quatro viaturas provocou 13 feridos ligeiros e um assistido, lembrou o comandante da ANEPC.
O acidente levou ao corte do trânsito no sentido sul-norte da A13, entre Salvaterra de Magos e Almeirim, no distrito de Santarém, tendo a circulação sido restabelecida pelas 17:30.
Entre as 00:00 e as 23:59 de quinta-feira, Portugal continental registou 662 ocorrências, com a maioria a serem quedas de árvore (285), inundações (154), quedas de estruturas (118) e limpezas de via (72).
Estas ocorrências afetaram sobretudo a Grande Lisboa (215), Algarve (58) e Lezíria do Tejo (48), incidindo no litoral Norte e Centro e no Algarve.
Entre as 18:00 de segunda-feira e as 23:59 de quarta-feira, tinham-se registado 601 ocorrências.
Na quarta-feira, o dia também foi de “grande instabilidade”, mas as ocorrências localizaram-se sobretudo na região da Grande Lisboa, frisou Pedro Araújo.
“As estações meteorológicas de Lisboa registaram a maior quantidade de precipitação. Estamos a falar de diferenças muito acentuadas, ou seja, houve locais onde nem sequer as estações registaram precipitação e as de Lisboa tiveram valores muito elevados, quase a atingir o nível laranja de precipitação”, explicou.
Na quinta-feira, o mau tempo gerou ocorrências por mais zonas do continente, como Porto, Coimbra, Lisboa e Faro.
Pedro Araújo sublinhou que as recomendações da Proteção Civil para a população se mantêm, devido ao estado de alerta especial de nível azul até às 23:59 de domingo, pela possibilidade de ocorrerem pontualmente situações resultantes do mau tempo em alguns pontos de Portugal continental.
“Há sempre a possibilidade de poderem acontecer precipitações mais intensas e acompanhadas de trovoadas e rajadas de vento, sendo também que a sua probabilidade vai diminuindo ao longo do tempo”, frisou o comandante da ANEPC.
A tempestade Nelson está a afetar o estado do tempo em Portugal continental, onde até ao domingo de Páscoa, a “precipitação será uma constante", de acordo com o IPMA.
“Esta precipitação pode ser acompanhada de trovoada e queda de granizo, com maior probabilidade nos dias 29 e 30. Prevê-se queda de neve nas serras da região Norte e na Serra da Estrela, principalmente nos pontos mais altos desta elevação”, alertou.