Guerra aumenta drasticamente o desemprego em Gaza e na Cisjordânia

Agência Lusa , SM
20 dez 2023, 08:42
Gaza (AP)

Dois terços do emprego em Gaza e quase um terço do emprego na Cisjordânia foram destruídos pela guerra

A guerra entre Israel e o Hamas destruiu, em pouco mais de dois meses, cerca de dois terços do emprego em Gaza (66%) e quase um terço (32%) do emprego na Cisjordânia, revela esta quarta-feira um novo relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Em termos absolutos, estas percentagens equivalem à perda de 468 mil postos de trabalho nos territórios palestinianos, incluindo 192 mil em Gaza e 276 mil na Cisjordânia, refere o estudo, que foi elaborado em conjunto com o Gabinete Central de Estatísticas da Palestina.

O relatório atualiza os dados de outro estudo da OIT publicado em novembro.

Este impacto no mercado de trabalho traduz-se em perdas salariais de cerca de 20,5 milhões de dólares por dia.

O relatório especifica que a produção em Gaza caiu 84% (cerca de 200 milhões de dólares por mês) desde o início do conflito, sendo os restantes 16% em setores básicos como a saúde e a produção alimentar, como padarias.

Na Cisjordânia, a produção também registou uma quebra de 37%, ou seja, cerca de 500 milhões de dólares por mês.

Em todos os territórios palestinianos, a taxa de desemprego aumentou de 24% da população ativa no final de 2022 para 46,1% atualmente, uma percentagem que ultrapassa os 75% no caso de Gaza.

"O impacto da catástrofe humanitária nestas comunidades não tem precedentes nos territórios palestinianos ocupados, com efeitos económicos, sociais, de desenvolvimento e de emprego tanto em Gaza como na Cisjordânia", disse a diretora regional da OIT para os países árabes, Ruba Jaradat.

Entre os afetados pela perda do desemprego encontram-se os 20 mil habitantes de Gaza que trabalhavam em Israel e os 171 mil da Cisjordânia que trabalhavam em Israel, ou mesmo em colonatos israelitas ilegais nos territórios palestinianos.

O relatório indica que o desemprego aumentou em todos os setores, exceto na agricultura, onde se manteve estável, embora se tenha verificado uma redução da presença de mulheres, substituídas por homens desempregados em outras indústrias.

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