O Parlamento Europeu pediu uma trégua humanitária na Faixa de Gaza, pois condena os "hediondos ataques terroristas" do Hamas.
O Governo português defende que “é tempo de voltar à diplomacia” para procurar uma solução para o Médio Oriente e afirmou que este conflito “não distrai” a União Europeia da guerra em curso na Ucrânia.
“O que é preciso neste momento é garantir o respeito pelo Direito internacional e evitar uma escalada do conflito na região. Precisamos de voltar à diplomacia”, sustentou o secretário de Estado dos Assuntos Europeus, Tiago Antunes, à margem da sessão plenária do Parlamento Europeu, que decorreu esta semana na cidade francesa de Estrasburgo.
A semana ficou marcada por discursos por vezes dissonantes sobre o conflito entre Israel e o Hamas, após o ataque, no dia 07, do grupo islamita, nomeadamente quando dois comissários europeus entraram em contradição sobre a suspensão do apoio financeiro à Faixa de Gaza – que, afinal, vai triplicar.
Por outro lado, a visita a Israel da presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, poucos dias depois do ataque, e o facto de não ter apelado, de imediato, a uma resposta de Telavive dentro dos limites do direito humanitário internacional, têm motivado críticas à presidente da Comissão Europeia, que é acusada de ter uma posição parcial do conflito e de ter extrapolado as suas funções, já que a condução da política externa não é da sua competência.
“A posição da União Europeia, una e firme, manifesta a condenação do Hamas e dos atentados terroristas, reconhecendo o direito de Israel à defesa, mas em termos proporcionais e em total respeito pelo Direito internacional e pelo Direito humanitário. (…) Essas são traves mestras da resposta da União Europeia à atual situação”, referiu o governante.
O Parlamento Europeu aprovou uma resolução que condena os "hediondos ataques terroristas" do Hamas e pede uma trégua humanitária na Faixa de Gaza.
Questionado sobre se o atual conflito no Médio Oriente pode fazer relegar a atenção da Europa quanto à guerra na Ucrânia, o secretário de Estado respondeu: “Devemos evitar isso”.
“Naturalmente, temos que estar muito atentos ao que se passa no Médio Oriente, mas isso não nos deve distrair também da realidade que continua a passar-se todos os dias na Ucrânia. O apoio à Ucrânia e aos ucranianos é inquestionável e não pode ser e ninguém pretende que venha a ser posto em causa, apesar de, entretanto, haver desenvolvimentos geopolíticos bastante preocupantes noutras zonas”, declarou.
Nesta sessão plenária, o Parlamento Europeu aprovou um mecanismo de apoio a Kiev no valor de 50 milhões de euros.