Federação Nacional de Médicos anuncia pré-aviso de greve para 8 e 9 de março

1 fev 2023, 16:59
Médicos (imagem Getty)

Ministério veio assegurar, poucos minutos depois de conhecido o pré-aviso, de que está "empenhado no diálogo"

A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) anunciou esta quarta-feira um pré-aviso de greve de dois dias, para 8 e 9 de março.

A decisão surgiu após uma reunião com o Ministério da Saúde, com a FNAM a queixar-se da falta de vontade do executivo para negociar, identificando múltiplos travões nas promessas realizadas pela tutela de Manuel Pizarro. As negociações, que estão a decorrer há várias meses, incidem sobre matérias como as normas de organização e disciplina no trabalho, a valorização dos médicos nos serviços de urgência, a dedicação plena prevista no novo Estatuto do SNS e a revisão das grelhas salariais.

“Não há outra alternativa. Esta equipa ministerial está a empurrar-nos para isto", afirmou Joana Bordalo e Sá, presidente da FNAM, à CNN Portugal.

"A FNAM agendou uma greve nacional de médicos para os dias 08 e 09 de março, em resposta à falta de compromisso, por parte do Ministério da Saúde, em negociar as grelhas salariais e na falta de medidas para salvar o Serviço Nacional de Saúde" (SNS), adiantou a estrutura sindical em comunicado.

Segundo a federação, as negociações com o Ministério da Saúde têm "sido prolongadas no tempo, a um ritmo demasiado lento, onde se acumulam os pedidos de adiamento de reuniões e escasseiam as propostas por parte da tutela".

Já o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) não seguiu no mesmo caminho, considerando que, em altura de negociações, avançar com um pré-aviso de greve não é o caminho mais correto. A estrutura considera a greve da FNAM "uma cedência ao radicalismo e ao populismo".

"Compreendemos a impaciência dos colegas da FNAM, mas o anúncio de uma greve, nesta fase, a meio das negociações é uma cedência ao radicalismo e populismo", refere o SIM numa nota publicada no seu portal, sublinhando que "tudo continuará a fazer para evitar o recurso" à greve até 30 de junho, prazo com o qual se comprometeu para a conclusão das negociações com o Governo, nomeadamente sobre as grelhas salariais.

O SIM entende que "o momento é ainda de negociação", criticando a Fnam por apresentar "propostas irrealistas que fragilizam o poder negocial dos médicos a troco de uma eventual maior exposição mediática".

Entretanto, em comunicado, o Ministério da Saúde veio assegurar que “negoceia de boa-fé com todos os grupos profissionais”, estando “empenhado no diálogo e na procura de consensos” dentro dos prazos estabelecidos entre o Governo e os sindicatos.

A tutela informou ainda que, no caso dos médicos, “estão em curso reuniões de negociação de acordo com uma ampla agenda que foi acordada pelas partes envolvidas e que está calendarizada até junho próximo”. A próxima reunião está agendada para 8 de fevereiro.

Estas negociações tiveram o seu início formal já com a equipa do ministro Manuel Pizarro, mas a definição das matérias a negociar foram acordadas ainda com a anterior ministra, Marta Temido, que aceitou incluir a grelha salarial dos médicos do SNS no protocolo negocial.

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