MBO avança na Cofina. Ronaldo vai ser acionista de referência do Correio da Manhã

ECO - Parceiro CNN Portugal , António Costa
30 jun 2023, 10:38
Cristiano Ronaldo (imagem AP)

Cristiano Ronaldo vai ser acionista de referência da Cofina com cerca de 30%, no âmbito do processo de MBO que está em curso. Grupo é detentor do Correio da Manhã e CMTV, entre outros meios

Cristiano Ronaldo vai ser acionista de referência do grupo Cofina, grupo de media que controla a CMTV, o Correio da Manhã e o Jornal de Negócios, entre outros, no âmbito do processo de Management Buy Out (MBO) que está a ser liderado por Luís Santana e Octávio Ribeiro, revelou ao ECO uma fonte que acompanha as negociações. A proposta formal ainda não foi apresentada aos atuais acionistas da Cofina, nomeadamente Paulo Fernandes, mas está na fase final de conclusão.

Oficialmente, ninguém faz comentários sobre a operação, que está em preparação há meses. Luís Santana, atual gestor da Cofina, e o antigo diretor do Correio da Manhã Octávio Ribeiro estão a preparar uma operação de MBO e em contactos com potenciais investidores para o financiamento da operação. E segundo a mesma fonte, já há um acordo com o futebolista e empresário, hoje a jogar na Arábia Saudita, no Al-Nassr.

Os termos do acordo ainda não são conhecidos em detalhe, mas, de acordo com uma outra fonte, os atuais acionistas da Cofina também vão manter-se no capital, embora com posições mais baixas, além dos gestores e de Ronaldo. Tudo aponta para participações da ordem dos 30% de cada um dos três grupos, apurou o ECO.

O valor do negócio deve rondar os 70 milhões de euros, um montante de referência para um acordo que esteve em cima da mesa com a Media Capital. Esta sexta-feira, de resto, Mário Leite Silva deu uma entrevista ao Jornal Económico, em nome da sociedade de Domingos Matos, a garantir que a Livrefluxo não tem razões para desinvestir da Cofina depois do MBO.

A Cofina, recorde-se, teve um resultado líquido de 10,451 milhões de euros, um EBITDA operacional de 13,6 milhões de euros e um EBITDA de 8,9 milhões de euros.

Nas últimas semanas, apurou o ECO, decorreram negociações a três níveis: com os atuais acionistas da Cofina (Paulo Fernandes, João Borges de Oliveira e Domingos Matos, entre outros); com potenciais investidores para apoiarem o MBO; com os bancos que têm hoje dívida da Cofina. Com avanços e recuos — Jorge Mendes chegou a ser uma possibilidade, os bancos exigem garantias para manterem o financiamento com a mudança de controlo –, Luís Santana, Octávio Ribeiro e a atual administradora financeira, Ana Dias, já terão conseguido estabilizar a futura estrutura acionista. Chegou a ser apontada a possibilidade de participação da Capital de Risco Horizon, de Sérgio Monteiro, através de uma sociedade que levantou fundos do Banco de Fomento, mas essa possibilidade terá caído.

O universo de participações empresariais de Ronaldo é alargado. Deu o seu nome para um projeto comum com o grupo Pestana, por exemplo, além de ter registado a marca CR7 para diversos tipos de bens e serviços. A entrada nos media é, ainda assim, surpreendente e vai ser acionista de um grupo e de um jornal no qual está muitas vezes na primeira página.

Outro dos momentos tensos entre Cristiano Ronaldo e a CMTV ocorreu em 2016, quando o jogador, confrontado por um jornalista, agarrou o microfone da televisão e atirou-o para um lago.

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