Suíça devolve cabeça em mármore com cerca de 2.000 anos à Líbia

Agência Lusa , AM
6 dez 2023, 09:30
Cabeça de Mármore (Swiss Federal Office of Cultural Affairs)

Escultura foi descoberta em 2013 durante uma inspeção num posto aduaneiro em Genebra

A Suíça devolveu à Líbia uma cabeça de uma jovem em mármore do período helenístico, com cerca de 2.000 anos, descoberta há dez anos num armazém em Genebra, divulgaram as autoridades federais suíças.

É um “vestígio arqueológico de grande valor” e um “testemunho excecional da expansão helenística no norte de África”, destacou, em comunicado, a secretaria federal da Cultura.

A escultura de 19 centímetros de altura data do período entre o século I a.C. e o século I d.C. e muito provavelmente provém do sítio arqueológico da antiga cidade de Cirene, na região da Cirenaica, na atual Líbia, referiu ainda a mesma fonte.

A escultura foi descoberta em 2013 durante uma inspeção num posto aduaneiro em Genebra e foi entregue em Berna pelo diretor do gabinete federal da Cultura à embaixada da Líbia na Suíça.

Três anos após a sua descoberta, o Ministério Público de Genebra decidiu iniciar o processo, considerando que a escultura poderia ter sido encontrada durante “escavações ilícitas”.

No entanto, o processo penal não permitiu determinar o local preciso onde a escultura foi descoberta ou como chegou à Suíça.

A cabeça do mármore é inteiramente coberta por uma pátina avermelhada que fornece informações sobre a sua origem, de acordo com a secretaria federal da Cultura, segundo a qual a região da Cirenaica é uma das raras regiões da bacia do Mediterrâneo onde se encontra “terra rossa e mármores desta tal qualidade".

“A Líbia, em particular os seus locais Património Mundial da UNESCO, como Cirene, estão fortemente ameaçados por roubos e destruição”, alertaram ainda as autoridades suíças na nota de imprensa.

A Suíça recordou ainda que, em 2015, o Conselho Internacional de Museus publicou uma lista com bandeira vermelha de antiguidades líbias em perigo, com o objetivo de lutar contra a destruição e o comércio ilegal de bens culturais.

Quer a Suíça, quer a Líbia, um país mergulhado no caos desde a queda do ditador Muammar Kadhafi, em 2011, e governado por dois executivos rivais, são integrantes da Convenção da Unesco de 1970 sobre a Proibição de Importações, Exportações Ilícitas e Transferência de Propriedade de Bens Culturais.

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