Marítimo-Belenenses, 1-2 (reportagem) Nelo Vingada não tem dúvidas: o Marítimo não merecia perder, uma vez que «mostrou uma atitude muito diferente da que exibiu no Estádio da Luz». Nené, como é natural, tem uma visão diferente. «A expulsão do Musa Shanon facilitou», mas os jogadores «foram inteligentes», sublinhou o adjunto de Marinho Peres.
Nelo Vingada dividia-se entre dois sentimentos contraditórios. «Estou triste pela derrota», assumia, «mas estou orgulhoso com a atitude dos meus jogadores». O treinador do Marítimo separava as conclusões positivas dos efeitos negativos e registava a diferença exibicional da sua equipa de uma jornada para a outra. «Desta vez, o Marítimo não teve nada a ver com aquele que se apresentou na Luz», defendia.
Os efeitos práticos, porém, tinham sido os mesmos. Os três pontos voltaram a ficar na posse do adversário, desta vez no Estádio dos Barreiros, o que aumenta ainda mais a frustração. «A expulsão do nosso jogador foi muito importante», arriscou, certo de que, apesar disso, «o Marítimo lutou até à exaustão e reencontrou-se». «O resultado, infelizmente, não foi o desejado», prosseguiu, referindo de seguida que o desfecho não terá sido o mais justo. «Não merecemos perder. Basta ver que o Belenenses marcou na primeira vez que foi à nossa baliza e que os lances de maior aflição na segunda parte foram junto da baliza do Belenenses. O nosso adversário venceu, mas o empate, ou até o nosso triunfo, será mais adequado ao que se passou».
A expulsão de um jogador em todos os jogos começa a parecer sina nos jogos do Marítimo. «Mais uma vez acabámos com dez jogadores, o que já acontece há um terço do campeonato», concordou Nelo Vingada. «Talvez as mensagens que tenho transmitido ao plantel não estejam a funcionar. Assuma a responsabilidade por a pedagogia não estar a ser suficiente». Mas será o plantel madeirense indisciplinado? Bakero e Bruno, por exemplo, estão sob a alçada disciplinar do clube... «O que se passa fora do campo é muito diferente. Aí não ha a pressão do jogo», disse Nelo Vingada. «Esses dois jogadores costumam ser titulares, mas é preciso mais que isso. Se não lhes exigisse mais estaria a faltar ao respeito a mim próprio e aos outros atletas do plantel».
Nené, adjunto de Marinho Peres, foi o elemento da equipa técnica do Marítimo que falou aos jornalistas. «Foi um jogo complicado, já que as duas equipas quiseram vencer», começou por referir. «O Belenenses fez um jogo inteligente e soube ocupar os espaços que o Marítimo ia deixando», explicou de seguida, assumindo, sem rodeios, que «a expulsão do Musa Shanon facilitou a tarefa».
A vitória do Belenenses, todavia, chegou a estar em risco quando, próximo do intervalo, o Marítimo empatou. «Sofremos um golo à saída para o intervalo, o que não devia ter acontecido», resumiu Nené. «Na segunda parte já tivemos mais tempo de posse de bola e obrigámos o adversário a despejar bolas para a nossa grande área», concluiu, terminando a conferência de Imprensa com um último elogio à equipa do Restelo. «Os jogadores dedicaram-se muito e isso foi fundamental».
