É mais difícil nascer em Almada, Barreiro e Setúbal

13 nov 2023, 15:01

Calendário do SNS dita mais fechos das maternidades da margem sul

De acordo com o programa “Nascer em segurança”, do Serviço Nacional de Saúde, no Centro Hospitalar Barreiro-Montijo só é possível nascer (em segurança) duas semanas por mês, até ao final de dezembro. Segundo o calendário de inverno de fechos programados das maternidades, em novembro o bloco de partos do Barreiro esteve a funcionar em pleno entre os dias seis e 12. Esta segunda-feira, o serviço funciona a meio-gás e só voltará a 100% de capacidade entre os dias 20 e 26 de novembro. Em dezembro cenário muito semelhante, só 14 dias são considerados seguros para dar à luz, no hospital do Barreiro.

O calendário do SNS, analisado pela TVI e CNN Portugal, mostra que em Portugal Continental, a margem sul será a área mais afetada, pelo menos até ao final de janeiro. Entre outubro de 2023 e janeiro de 2024, a média de encerramentos por mês, das maternidades dos hospitais do distrito de Setúbal, ronda os 14 dias. No resto do Continente, e no mesmo período, a média é de seis dias de encerramento por mês. 

Olhando para Almada, em novembro são 18 os dias em que o SNS considera seguro nascer no hospital Garcia de Orta, em dezembro 16 e em janeiro 19. O único hospital de categoria central da margem sul terá o bloco de partos encerrado todos os fins de semana, até janeiro. As sextas-feiras não serão de fecho, mas o serviço não funcionará em pleno o que quer dizer que, naqueles dias, a unidade poderá a qualquer momento esgotar a capacidade de resposta.

Na península de Setúbal, o Centro Hospitalar de S. Bernardo também vive tempos preocupantes no que toca aos fechos programados do serviço de Obstetrícia. Em novembro há 16 dias em que é considerado seguro nascer, e em dezembro 17. São os dias em que o SNS prevê ter especialistas suficientes para assegurar nascimentos naquela unidade hospitalar. 

Caso esteja a questionar-se sobre a época festiva aí à porta, saiba que no dia de natal o mais seguro é optar pelos hospitais de Almada, ou Setúbal, que terão os blocos de parto a funcionar a 100%. No mesmo dia, o Barreiro terá limitações no serviço.

Já na passagem de ano, a 31 de dezembro, o hospital de Setúbal aparece no calendário do SNS como sendo a única alternativa para nascer, na margem sul, já que Almada e Barreiro terão as maternidades totalmente encerradas. Reabrem ambas a 1 de janeiro.

A falta de médicos especialistas, e as greves consecutivas no setor, há vários meses que dita o encerramento programado das maternidades, mas este ano com uma situação ainda mais grave.
Em 2022, o plano de inverno contemplava o pleno funcionamento de 33 maternidades do SNS, este ano são 27.

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