Posologia para Marcelo não desmaiar de novo: mais água, menos diuréticos, evitar o relatório do PS sobre a TAP

5 jul 2023, 21:05

A parte da água e dos diuréticos é recomendação dos médicos. A outra parte é o que Marcelo recomenda a si próprio. O Presidente desmaiou, foi hospitalizado, fez exames, teve alta e saiu do hospital à hora de abertura dos telejornais. O que disse logo a seguir foi antológico

Marcelo Rebelo de Sousa deixou o Hospital de Santa Cruz com um holter, um aparelho que permite medir em permanência a atividade elétrica do coração. Esta quinta-feira o holter vai ter resultados para passar à equipa médica mas Marcelo já tem resultados para dar ao país: "Ainda não é desta que morro". E sorriu. 

Horas após um desmaio durante uma visita a uma faculdade, Marcelo Rebelo de Sousa explicou que o episódio foi algo “muito curto” mas semelhante ao que ocorreu em 2018, ainda que “mais pequeno”. “Também foi num dia muito quente”, afirmou, avançando depois com a sua teoria: o facto de não ter almoçado e o ter bebido um moscatel quente terá sido a origem da indisposição. Referiu Marcelo Rebelo de Sousa que a bebida terá interagido com o Fortimel que toma todos os dias e que isso terá provocado uma falha na digestão.

“Comecei a sentir os mesmos sintomas que em Braga: uma quebra de tensão repentina, o chamado 'fenómeno vagal'. Senti tudo distanciado, afastei-me do grupo e fiz o que tentei fazer em Braga, chegar ao edifício sem ter desmaiado”, continuou. Mas não foi possível e Marcelo Rebelo de Sousa teve mesmo de ser retirado do local por um conjunto de pessoas, já depois de ter pedido ajuda à ajudante de campo, sem sucesso.

Apesar do susto, e sempre olhando para o que se passou em 2018, o Presidente da República fala num episódio “muito curto”, destacando também a ação das bombeiras da Trafaria, que ainda lhe deram um raspanete porque não parava de falar ao telemóvel na ambulância. Foi com esse mesmo telemóvel que deu ao primeiro-ministro uma “tristeza”. Marcelo Rebelo de Sousa contou que tem uma brincadeira com António Costa, em que ambos fazem um elogio fúnebre constante um do outro: “Recebi um telefonema do primeiro-ministro, a quem disse ‘dou-lhe uma tristeza’ ainda não é desta que eu morro”, brincou, revelando que António Costa lhe disse que isso seria um “grande desgosto”.

Além do holter com que tem de andar até esta quinta-feira, Marcelo Rebelo de Sousa tem também de vigiar melhor a ingestão de líquidos. Deve beber mais água, o que não faz muito, e evitar bebidas diuréticas, sobretudo as que têm muito açúcar porque podem provocar picos de tensão que depois se transformam em quebras.

O Presidente da República decidiu mesmo ir para casa, escudando a decisão nos resultados das análises e das contraprovas, que mostraram que estava tudo bem. O chefe de Estado garante que, caso tivesse existido a mínima dúvida, teria ficado internado. “Sinto-me bem, foi incómodo, maçador, foi um repetir”, acrescentou, sinalizando que o controlo que faz da tensão também pode ter ajudado, uma vez não deixa subir muitos os níveis, ficando mais sensíveis a quebras em dias de calor.

A partir daqui, e num futuro próximo, são os resultados do holter que vão definir o que vai acontecer na agenda do Presidente, que espera poder estar a 100% já esta quinta-feira e sobretudo na sexta-feira, dia em que tem uma agenda “forte”.

O lapso de memória

Já no fim da sua intervenção, Marcelo Rebelo de Sousa Aproveitou para agradecer os serviços dos profissionais de saúde, recordando que era um dia de greve mas que isso não se fez sentir. “Os serviços mínimos foram excecionais. Os médicos e o Serviço Nacional de Saúde, mesmo em greve, cumprem os serviços mínimos”, reiterou.

O Presidente da República passou depois para uma curiosidade. Alguém de quem diz falar-se que pode ser seu sucessor ligou-lhe a perguntar como estava. Questionado pelos jornalistas se essa pessoa foi Augusto Santos Silva, Marcelo Rebelo de Sousa disse apenas que não se lembrava.

A intervenção terminou com perguntas sobre o relatório preliminar da comissão parlamentar de inquérito à gestão da TAP (elaborado pela socialista Ana Paula Bernardo), que foi conhecido no final desta terça-feira.

Apesar de confessar que ainda não leu, porque prefere ler o relatório aprovado e com todas as notas, incluindo de quem não o aprova, Marcelo Rebelo de Sousa deixou transparecer que aquele não era um assunto que lhe agrade: “Não querem que a minha tensão se altere outra vez, não?”.

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