Marcelo Rebelo de Sousa pede desculpa às vítimas de abusos sexuais: "A minha intenção não foi ofendê-las"

CNN Portugal , MJC
13 out 2022, 12:07

Presidente da República explicou que não pretendia desvalorizar os testemunhos das vítimas, mas, pelo contrário, sublinhar que muitas delas terão tido medo de falar e, só por isso, o número de testemunhos não foi mais elevado

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, pediu esta quinta-feira desculpa a todas as vítimas de abusos sexuais que se sentiram ofendidas pelas suas declarações: "A primeira palavra é dirigida às vítimas dos abusos sexuais, todos eles, mas em particular agora àqueles que vêm da parte de responsáveis da igreja católica, e essa palavra é muito simples: dizer-lhes que a minha intenção não foi ofendê-las quando disse o que disse mas se, porventura, uma das vítimas está ofendida, eu peço desculpa por isso, porque não era o meu objetivo. O meu objetivo era exatamente o contrário, o temer que muitas vítimas por medo, por limitação, não tivessem falado, e o número que deveria ser muito mais alto tivesse ficado por onde ficou".

Na passada terça-feira, ao tomar conhecimento da validação de 424 testemunhos de abusos sexuais na Igreja em Portugal, o Presidente comentou que  o número de casos de abusos de menores validado pela Comissão Independente “não parece particularmente elevado face à provável triste realidade”, admitindo números “muito superiores” no país.

Essa declaração deu origem a diversas críticas, à direita e à esquerda, levando inclusivamente o primeiro-ministro António Costa a sair em defesa de Marcelo, manifestando a sua solidariedade "pela interpretação inaceitável que tem sido feita das suas palavras".

Esta quinta-feira, em declarações aos jornalistas na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, o Presidente da República agradeceu ainda "as centenas de mensagens" que recebeu nos últimos dois dias, de portugueses "que sabem que as causas sociais são as minhas causas" e que lhe garantiram: "Nós conhecemos o seu carácter e sabemos que não irá mudar aos 74 anos e ao sétimo ano de mandato".

Marcelo deixou ainda uma terceira palavra "para a comunicação social e para aqueles que no mundo político formaram os seus juízos" sobre o que disse, lembrando a importância de uma comunicação social livre e justa para a democracia.

"Queria garantir aos portugueses que o Presidente está cá, vai continuar o seu caminho, que tem ainda pela frente três anos e meio, exatamente como sempre foi, sem mudar uma vírgula nos valores, nos princípios, na determinação, sempre ao serviço dos portugueses e de Portugal", concluiu.

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