Sabia que Schmeichel já criou porcos? E que Raúl foi pescador de alto mar?

28 nov 2022, 08:02

A Máquina do Tempo viaja até 1998 para encontrar dois grandes craques do futebol mundial mergulhados em atividades do setor primário. Estranho, não é? A boa notícia é que há mais...

Os anos noventa trouxeram uma nova realidade ao ambiente desportivo: as grandes produções publicitárias das maiores marcas de desporto. Tudo começou em 1996, quando a Nike criou o anúncio «Match in hell», que juntou uma constelação de estrelas.

Acima de todas, claro, Cantona, que deixou uma frase para a história: «Au revoir».

Para além do francês, porém, havia Ronaldo, Kluivert, Maldini, Ian Wright, Jorge Campos, Brolin, Figo e Rui Costa. O resultado de tantos craques juntos foi um sucesso tremendo.

O anúncio tornou-se viral e lançou as marcas para a evidência de que o futebol funcionava tanto ou mais que os desportos americanos: sobretudo a poderosa NBA, e Michael Jordan.

Por isso, e ainda na ressaca do Mundial-94, nos Estados Unidos, e principalmente do sucesso do «Match in hell», as grandes marcas desportivas apostaram em grandes produções para atacar o Mundial 98, o que criou uma competição à parte, e muito divertida.

Os filmes não se comparam com o que as mesmas marcas fazem hoje, claro. Para o Mundial 2022, por exemplo, a Nike bateu todos os recordes de investimento para criar o «The football verse», que junta Cristiano Ronaldo (o de 2004 e o atual) e o filho (Cristianinho), Mbappé, Ronaldinho, Ronaldo (o de 98 e o de 2002), Edgar Davids, Van Dijk, De Bruyne, Phil Foden, Leah Williamson, Alex Morgan, Marta, Carli Lloyd, Sam Kerr e até o anime Gouenji Shuuya.

O «The football verse» vai ter que andar muito, no entanto, para bater o recorde de vídeo publicitário mais visto da história. O recorde pertence também à Nike, através do «Write the future», que juntou antes do Mundial 2010 Cristiano Ronaldo, Ronaldinho, Rooney, Ribery, Drogba, Cannavaro, Iniesta, Piqué, Fabregas, Thiago Silva, Roger Federer, Kobe Bryant e até Gael Garcia Bernal e Homer Simpson: conseguiu chegar a 7,8 milhõies de visualizações online só nos primeiros cinco dias.

Voltando a 1998, de resto, o anúncio que ficou para a história foi da Nike com a seleção do Brasil.

Chamava-se «O aeroporto» e mostrava as estrelas daquela que era a grande favorita ao título à partida para Paris. O voo atrasou, os jogadores ficaram aborrecidos e começaram a jogar futebol. Ou antes, a dar espetáculo: Ronaldo, Romário (que ficou de fora do Mundial por lesão), Denilson, Roberto Carlos, Juninho, Bebeto, enfim, tudo craques cheios de técnica.

A verdade, porém, é que a Nike teve concorrência feroz. Sobretudo da Reebok, que colocou Peter Schmeichel a criar porcos numa quinta na Dinamarca e Raúl Gonzalez a pescar em alto mar espanhol. Tudo porque quando eram miúdos não tiveram acesso às melhores botas.

Ora para quem hoje, à distância de quase 25 anos, olha para estas imagens de dois dos maiores jogadores de todos os tempos, a reação não pode deixar de ser uma sonora gargalhada.

Afinal de contas, e para além de bons dentro do relvado, Schmeichel e Raul Gonzalez tinham no topo da carreira também um talento natural para a representação.

Para os mais novos até pode ser uma revelação, para os mais antigos é provavelmente a confirmação de que os gritos de Schmeichel na baliza do Sporting campeão eram tudo encenação. Ou será que alguma vez duvidámos disso?

«Máquina do tempo» é uma rubrica do Maisfutebol que viaja ao passado, através do arquivo da TVI, para recuperar histórias curiosas ou marcantes dos últimos 30 anos do futebol português.

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