Estes são os dez maiores negócios do ano em Portugal

ECO - Parceiro CNN Portugal , Luís Leitão
23 dez 2023, 10:14
Dinheiro (Pexels)

Contabilizaram-se apenas 116 operações de fusões e aquisições em Portugal que movimentaram 2,8 mil milhões de euros. Há cinco anos que não se assistia a tão poucos negócios.

Os negócios de fusões e aquisições envolvendo empresas nacionais totalizaram um volume de 2,8 mil milhões de euros este ano, através da concretização de 116 operações. Desde 2018 que não se tinham realizado tão poucos negócios em Portugal.

Segundo dados da Dealogic, o volume de capital que envolveu as cerca de uma centena de operações de fusões e aquisições de empresas nacionais ficou também muito aquém do contabilizado em anos anteriores.

Além de apenas 51% dos 2,8 mil milhões de euros referirem-se a negócios já concretizados (os remanescentes 49% são negócios ainda não finalizados), o volume total é de apenas um quarto do montante registado em 2020, o segundo melhor ano da última década.

No entanto, é importante notar que estes números ainda não têm em conta a oferta pública de aquisição sobre a Greenvolt apresentada esta quarta-feira pelos norte-americanos da Kohlberg Kravis Roberts (KKR) e que, para já, traduz-se num negócio de 1,16 mil milhões de euros.

Fusões e aquisições

O ano de 2023 voltou a mostrar um mercado de fusões e aquisições pouco dinâmico em Portugal. Além de ter voltado a registar um volume de negócios abaixo da fasquia dos 3 mil milhões de euros, apenas contou com uma operação acima dos 500 milhões de euros.

As causas para estes números são muitas, mas no centro do problema está a falta de capital do mercado nacional e a instabilidade legislativa no tratamento do capital estrangeiro, apontam os especialistas. “Não temos capital em Portugal suficiente para potenciar as fusões e aquisições”referiu António Ramalho, senior adviser da Alvarez & Marsal, no seguimento da conferência do ECO “Fusões & Aquisições”.

No final do ano passado, os sinais existentes já apontavam para que 2023 voltasse a ser mais um ano pouco produtivo no universo das fusões e aquisições em Portugal. Desde logo pela escalada do preço do capital, que foi fortemente impactado por uma contínua política monetária restritiva do Banco Central Europeu.

Os números agora contabilizados mostram isso mesmo, com o volume de negócios a situar-se pelo segundo ano consecutivo abaixo da fasquia dos 3 mil milhões de euros — algo que nunca sucedeu ao longo dos últimos 15 anos.

Os negócios que mais brilharam em 2023

O maior negócio do ano foi fechado em março através da venda da totalidade das ações da VIC Properties por parte da Aggregate a um grupo liderado por investidores institucionais e a elementos da equipa de gestão da empresa por 670 milhões de euros. Entre os novos donos da promotora estão a AlbaCore Capital, a Mudrick Capital Management, o Owl Creek Asset Management LP e a Existing Management.

O segundo maior negócio de 2023 foi realizado pela Galp Energia em setembro, através de uma joint-venture com a japonesa Mitsui (75%/25%), num investimento de 400 milhões de euros para produzir e comercializar biocombustíveis avançados numa unidade adjacente à refinaria de Sines, com capacidade para 270 mil toneladas por ano.

“A Galp será a operadora desta unidade industrial e está planeado consolidar proporcionalmente (75%) todos os negócios relacionados com a joint-venture”, referiu a petrolífera nacional em comunicado, revelando ainda que a nova unidade industrial deverá começar a operar até ao final de 2025.

A completar o pódio nacional das fusões e aquisições do ano está o acordo de venda da totalidade das ações do Banco BIC (Eurobic), celebrado pelos atuais acionistas do banco português ao galego Abanca. O negócio foi anunciado a 15 de novembro e, apesar de não terem sido revelados valores, estima-se que tenha superado os 300 milhões de euros.

A operação de aquisição do Eurobic pelo Abanca está ainda pendente de avaliação do Banco de Portugal. “Com a concretização desta operação, o Abanca triplica a sua presença em Portugal e torna-se num dos principais bancos do país, com perto de 18,5 mil milhões de euros de volume de negócios, 249 agências e mais de 300 mil clientes”, refere o Eurobic em comunicado.

Destaque ainda para a aquisição do fabricante de quadros para bicicletas elétricas em Águeda Triangle pela Semapa, por 179 milhões de euros, e para a compra pela Auchan de toda a operação do Grupo Dia em Portugal por 155 milhões de euros.

 

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