Novo acordo com o PSD Madeira "é difícil" com Albuquerque candidato, diz PAN

Agência Lusa , JM
13 abr, 20:02
Miguel Albuquerque na tomada de posse do novo Governo (Lusa/Miguel A. Lopes)

Mónica Freitas, a recém-nomeada porta-voz do PAN/Madeira e única deputada do partido no parlamento regional, mostrou-se cética quanto à possibilidade de um novo acordo

A nova porta-voz do PAN/Madeira e deputada única do partido no parlamento regional, Mónica Freitas, afirmou este sábado que o facto de o presidente do executivo madeirense ser arguido e cabeça de lista às eleições antecipadas torna “difícil” um novo acordo.

“O PAN já anunciou que não concorda com algumas das posturas que foram assumidas no âmbito da crise política que se instaurou”, disse, para logo reforçar: “Há um processo judicial que continua a decorrer […], Miguel Albuquerque sabemos que se irá recandidatar como candidato [cabeça de lista] pelo PSD/Madeira, o que torna também difícil para o PAN ter esta abertura de voltar a ter um acordo de incidência parlamentar com o PSD.”

Mónica Freitas falava no âmbito da reunião da assembleia de filiados do Pessoas-Animais-Natureza (PAN), no Funchal, que elegeu a nova comissão política do partido na Madeira, sendo que a deputada única foi nomeada porta-voz regional.

O partido apresentou também a lista de candidatos às eleições legislativas antecipadas de 26 de maio na Madeira, que é encabeçada por Mónica Freitas, seguida por Marco Gonçalves, Valter Ramos, Catarina Matos e Jéssica Nunes.

“Estamos disponíveis, como sempre estivemos, para ter uma postura séria, responsável, de trabalho na Assembleia Legislativa regional”, disse a nova porta-voz, para depois acrescentar: “Nós acreditamos que as maiorias absolutas serão cada vez mais difíceis e, portanto, todos os partidos a partir de agora terão a responsabilidade e o bom senso de saber articular, trabalhar em conjunto e pensar em primeiro lugar no bem-estar da população.”

Após as eleições regionais de 24 de setembro de 2023, Mónica Freitas assinou um acordo de incidência parlamentar com os social-democratas, viabilizando o Governo Regional de coligação PSD/CDS-PP, que ficou a um deputado da maioria absoluta (elegeu 23 representantes – 20 social-democratas e três centristas – num total de 47 que compõem o parlamento madeirense).

Em janeiro deste ano, a deputada do PAN retirou o apoio ao chefe do executivo, o social-democrata Miguel Albuquerque, por este ter sido constituído arguido no processo que investiga suspeitas de corrupção na Madeira.

Albuquerque apresentou, por isso, a demissão do cargo e o Governo Regional entrou em gestão em fevereiro.

Na sequência da crise política, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, dissolveu o parlamento da Madeira e convocou eleições antecipadas para 26 de maio.

“O objetivo do PAN para estas eleições é reforçar o trabalho que tem sido feito na Assembleia Legislativa regional nestes curtos seis meses e também continuar a levar avante o nosso projeto, que foi delineado para quatro anos, que teve um desafio e uma responsabilidade diferentes ao ter um acordo de incidência parlamentar”, explicou.

A líder regional do Pessoas-Animais-Natureza considerou, por outro lado, que o partido tem uma “forma diferente de ser e de estar”.

“Foi um partido de responsabilidade para o garante da estabilidade, um partido que trouxe também para o Orçamento regional [que não foi aprovado] uma visão muito mais abrangente, que envolvia a causa animal, a causa ambiental e também os direitos das pessoas”, vincou.

A porta-voz nacional do PAN e deputada única na Assembleia da República, Inês de Sousa Real, participou na assembleia de militantes no Funchal, tendo afirmado que é “fundamental garantir que a estabilidade governativa não é feita a todo o custo”.

Inês de Sousa Real referia-se ao facto de Miguel Albuquerque ter sido constituído arguido e continuar a governar, mas também vincou que o PAN respeita a presunção de inocência.

“Aquilo que não pode acontecer de todo é, de facto, estar em causa a confiança que os madeirenses e porto-santenses possam sentir na governação e, tendo em conta estes princípios em que assenta o trabalho do PAN, nós acompanhamos e valoramos a decisão da nossa deputada única [de retirar o apoio ao presidente do executivo]”, explicou.

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