Villas-Boas: «O que se passou no Benfica foi algo escandaloso»

2 nov 2021, 16:53
Villas-Boas (Daniel Cole/AP)

Treinador português fala sobre o FC Porto e até sobre o momento turbulento no rival

André Villas-Boas admitiu que tem recebido vários contactos para treinar seleções e reafirmou o desejo de participar num Mundial antes de colocar um ponto final na carreira de treinador.

«No passado e agora já existiram conversas para treinar algumas seleções. (...) Gostava muito de fazer um Mundial antes de terminar a carreira, que estabeleci para 15 anos, e levo 12 anos com alguns interregnos. Sou um homem sem fronteiras geográficas, estou aberto a tudo o que me possa proporcionar a experiência do que é treinar um jogador quando este defende o seu país e não um jogador que está vinculado contratualmente a um clube», disse o técnico português à margem da Web Summit, onde falou sobre a mentalidade do treinador de elite.

Orientar a Seleção Nacional estará fora de equação. E justificou: «Portugal está bem entregue, nos últimos cinco ou seis anos temos tido os melhores resultados de sempre, não há razão para mudar, todos temos confiança no Fernando Santos», vincou.

Villas-Boas reiterou, uma vez mais, a ambição de um dia avançar para a presidência do FC Porto, mas que este ainda não é o timing ideal. «Já fui claro sobre as ambições e o amor que tenho pelo FC Porto, são coisas para levar com calma, decidir bem. Sou adepto do FC Porto, mas do FC do Jorge Nuno Pinto da Costa, ele tem 39 anos de presidência, eu tenho 44 de idade. Todo o amor que me une ao FC Porto foi-me dado pelo presidente. Cada coisa no seu ‘timing’», afirmou, abordando ainda o momento desportivo da equipa de futebol.

«Felizmente, o FC Porto encontra-se na liderança, mas ainda é cedo para pensar no título, há que continuar a ser competitivo, mas não há dúvida de que o Sérgio trabalha sempre ao máximo a performance dos seus atletas, para obter o rendimento máximo. Espero que termine esta época com o título de campeão nacional nas mãos», disse.

O treinador português comentou também outros assuntos, como por exemplo o que se passou no rival Benfica com a detenção do então presidente Luís Filipe Vieira: «O que se passou no Benfica foi em primeiro lugar algo escandaloso, mas sabemos que todas as pessoas têm direito a se defenderem e a estarem inocentes nos processos onde estão envolvidos. Basta ver o estado da política atual e o estado e caos e corrupção que está ligado à política e ao desporto.»

Villas-Boas, que antes do sucesso no FC Porto há uma década foi adjunto de José Mourinho, abordou a relação que mantém com o atual treinador da Roma, com quem não mantém contacto. «Já nos cruzamos em Inglaterra, eu no Tottenham e ele no Chelsea, e cumprimentámo-nos. Há uma história que nos une, mas não mantemos contacto porque também há coisas que nos separam», concluiu.

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