Mourinho: «É difícil de aceitar que a Itália não esteja no Mundial»

22 set 2022, 20:25
Mourinho

Treinador português garante que é «feliz» em Itália numa entrevista à revista Esquire e diz que não há desculpas para que a squadra azzurra tenha voltado a falhar uma fase final de um Campeonato do Mundo

José Mourinho, em entrevista à revista Esquire, fez um balanço da sua primeira temporada no regresso a Itália, depois de uma primeira passagem pelo Inter em ganhou tudo o que havia para ganhar. O treinador português diz que é «feliz» em Itália, fala da Roma e da conquista da primeira edição da Liga Conferência e mostra-se surpreendido por a squadra azzurra, campeã da Europa, ter falhado a qualificação para o Mundial do Qatar.

Começamos mesmo por aí. A Itália já tinha falhado o último Campeonato do Mundo, em 2018, na Rússia, e agora voltou a ficar de fora, ao perder o play-off com a Macedónia do Norte. Para Mourinho, não há desculpas.

«Para quem gosta de futebol é difícil de aceitar. Eu cresci nos anos 70 e 80 e podem imaginar como era a Itália naquela altura. A azzurra sempre foi uma referência. Trabalhando aqui, faço um esforço para entender o que aconteceu, porque a Itália está cheia de bons jogadores, mesmo que ainda sejam poucos os que vão para o estrangeiro. Recuso-me a aceitar o argumento de pouco talento, isso não é verdade. Na Itália existe talento,a Itália deve estar no Mundial», destaca.

Quanto ao regresso a Itália, depois de ter treinado em Inglaterra, o treinador diz que não podia estar mais feliz. «Sempre digo que os centros de treino são os mesmos em todo o lado e a vida que levas é sempre igual. Entras às 7h30 e sais às 18h30. Desse ponto de vista, pouco muda se moras numa cidade incrível como Roma ou numa cidade fria, escura e escondida. Mas o que mudou na minha vida é que neste clube sinto-me bem e tenho um bom relacionamento com todos. Em Itália estou feliz», conta.

Na primeira época, Mourinho surpreendeu tudo e todos ao conduzir a Roma à conquista da Liga Conferência. «Foi realmente inesquecível. Quando ganhámos a Liga dos Campeões com o Inter não fui para Milão porque queria ir para o Real Madrid e tive a sensação de que se voltasse nunca mais iria embora. Desta vez foi diferente, queria ficar na Roma e continuar com este clube. Em momentos como este entendes que não ganhas para ti próprio, não é uma alegria pessoal. As pessoas são tudo, elas devolvem-te na mesma medida do que fazes e sentes-te parte de uma família verdadeiramente especial», recordou.

Uma conquista que levou o treinador a fazer uma tatuagem no braço, juntando os três principais troféus da UEFA que já conquistou, mas não tenciona fazer mais, pelo menos relacionadas com o futebol. «No futebol acho que não vou fazer outras. Prometi isso a todos, a ideia era fazer uma tatuagem única, que só eu poderia ter: as três taças europeias que ganhei. A próxima poderia fazer se o meu filho ou a minha filha tivessem uma menina ou um menino, seria um presente especial e uma tatuagem poderia ser uma boa maneira de comemorar», comentou ainda.

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