Bruno Lage colocou lugar à disposição: «Quero a pressão em mim»

12 set 2023, 14:35
Bruno Lage apresentado no Botafogo ( Arthur Barreto / BFR)

Treinador português diz que estratégia «funcionou». «Coloquei o cargo à disposição, mas nunca quis sair», assegurou

O treinador do Botafogo, o português Bruno Lage, explicou que colocou o lugar à disposição na sequência da derrota com o Flamengo para proteger a equipa depois do resultado negativo, na primeira justificação específica após o caso.

«A conclusão a que chego é que funcionou, porque a pressão veio para cima de mim. Funcionou de tal maneira que se falou mais na situação – ainda bem – do que no vídeo-árbitro do jogo. Estou de alma e coração no Botafogo. Tem de haver uma ansiedade normal, quer da parte deles [jogadores], quer da parte do adepto. Ainda falta muito, mas pode ser conquistado e foge há 28 anos», referiu Lage, em declarações ao Globo Esporte, em alusão ao título no Brasileirão.

«O que fiz de forma muito clara foi: “Este vou ser eu sempre, a tomar as melhores decisões para o Botafogo”. Quero pressão máxima. Mas o que eu sinto é que não pode haver uma ansiedade extra só porque estás a fazer uma coisa nova. Porque a coisa nova também funciona. Duas vezes saíram pontas nossos do banco e conseguimos reviravoltas», lembrou.

«Senti que naquele momento era aquilo que tinha de fazer. E foi bom, acabou por dar resultado porque toda a pressão foi em mim. Podíamos ter falado nesse jogo sobre várias coisas, mas não se falou. Não se falou tanto no VAR, na exibição coletiva da equipa. Eu quero a pressão em cima de mim, a responsabilidade em cima de mim. Eu só quero que os adeptos continuem a apoiar os jogadores. Fizeram-no de uma forma fantástica depois da eliminação na Sul-Americana, mas eu senti alguns sinais de que as coisas tomam um pouco de ansiedade extra quando se tenta mudar alguma coisa», apontou.

Questionado ainda sobre se se arrependeu da declaração, Lage disse que «nesta vida» não há «tempo para arrependimento» e que sabe o que fez. «Sei o sentimento que gerou à minha volta. O que é mais importante é as pessoas entenderem que o treinador está aqui. Coloquei o cargo à disposição, mas nunca quis sair. Quis que as pessoas estivessem à vontade para entender se essa ansiedade extra que se forma em função de alguma mudança para melhorar a equipa está a causar maior ansiedade aos jogadores», expôs.

Com 22 jornadas no Brasileirão, o Botafogo é líder com 51 pontos, mais dez do que o Palmeiras, segundo com 41, e mais 12 do que o Grémio, terceiro com 39 e menos um jogo disputado.

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