«Abel está desesperado para chamar a atenção todos os fins de semana»

13 jun 2023, 16:54
Abel Ferreira discute com Calleri (vídeo/twitter)

Lugano, antigo internacional uruguaio, arrasou o comportamento do treinador português diante do São Paulo

O Palmeiras venceu o São Paulo no último domingo, no Morumbi, por 2-0, mas o jogo da 10.ª jornada do Brasileirão ficou marcado pelo momento de tensão ainda na primeira parte, que valeu cartão amarelo a Abel Ferreira.

O treinador português não gostou da falta que Jonathan Calleri fez sobre Mayke junto à linha lateral e discutiu de forma veemente com o avançado argentino, que acusou de dar uma cotovelada no jogador do Palmeiras.

Durante o programa "Resenha da Rodada", da ESPN, o antigo defesa-central uruguaio Lugano, que passou pelo São Paulo, deixou duras críticas ao comportamento do português.

«Eu penso que cada vez é mais incompreensível. Tenho 25 anos de futebol, já vi briga entre jogadores, discussões, treinamos a favor e contra treinadores com um temperamento... Eu nunca vi, no código do futebol, um treinador adversário gritar na cara do jogador da outra equipa ou colocar o dedo na cara. Eu nunca vi. O jogador é sagrado, não se mexe. É como um código não escrito do futebol. O Abel já fez isso com o Liziero, Arrascaeta e agora com o Calleri. Talvez ele não esteja a conseguir aumentar o sucesso que ele tem, porque nunca na carreira ele teve sucesso como agora, e aumentar o sucesso é difícil», começou por dizer.

«Dá para perceber que ele está desesperado para chamar a atenção todos os fins de semana. Poderíamos estar a falar do jogo do Raphael Veiga, Zé Rafael, Dudu, Rony ou Weverton e estamos novamente a falar dele. Eu acho que é estratégia, não pode ser casualidade», frisou.

«Eu imagino os jogadores do Palmeiras um pouco constrangidos com essa atitude do treinador. Desconcerta-me, principalmente, pela falta de respeito com o jogador. Discutir com o árbitro já está errado, mas com o jogador adversário, meter o dedo na cara? Gritar na cara? E, além de tudo, o mais importante e preocupante: eu estava no Morumbi, e essa atitude gerou uma discussão de violência no estádio. (...) Noutro momento do futebol sul-americano, há 10 anos, essa atitude terminaria com o Abel no hospital», acrescentou.

Já depois do apito final, refira-se, Abel conversou amigavelmente com Calleri e os dois deixaram o relvado abraçados. Na conferência de imprensa, o técnico luso admitiu que pediu desculpas, frisou que tem «respeito e admiração muito grandes por Calleri», mas garantiu que não tinha remorsos e «o que se passou lá dentro fica lá dentro».

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