Montenegro não divulga voto do PSD sobre o Orçamento do Estado, mas deixa uma pista

9 out 2023, 21:39
Luís Montenegro em entrevista no CNN Town Hall (DR)

Líder social-democrata duvida que problemas como a saúde, a habitação ou a educação sejam resolvidos com o documento que o Governo vai apresentar

O presidente do PSD não garante que o partido vai votar contra a proposta de Orçamento do Estado que o Governo vai apresentar para 2024.

Em entrevista no evento CNN Town Hall, Luís Montenegro lembrou que António Costa vai apresentar a sua nona proposta de orçamento, deixando a entender, ainda assim, que os sociais-democratas devem mesmo votar contra.

Sobre um eventual chumbo da proposta, disse o líder social-democrata que "não será uma novidade" que os partidos políticos que não o PS tenham uma abordagem que vai contra a proposta.

O problema é, para o líder da oposição, aquilo que espera vir a ser um Orçamento sem respostas para os atuais problemas, nomeadamente a habitação, mas também a saúde ou a educação.

"O Orçamento do Estado para 2024 vai resolver o problema da falta de médicos de família, da falta de professores, da habitação?", questionou, lembrando que António Costa é o segundo primeiro-ministro com maior tempo no cargo desde o 25 de Abril, a seguir a Aníbal Cavaco Silva, que cumpriu os mesmos oito anos que o atual chefe do Governo tem.

Luís Montenegro centrou-se também na descida dos impostos, atirando que o Governo já tinha condições para aliviar o peso dos impostos na vida das famílias, até porque se espera que o Estado volte a apresentar um excedente orçamental.

Um excedente orçamental que, aponta o líder do PSD, também é defendido pelo partido. Luís Montenegro garante que não houve uma inversão de papéis: o PSD não passou de ser o partido responsável para aquele que defende medidas que trazem défice.

Sobre a atuação durante o governo de Pedro Passos Coelho, que fez um "brutal aumento de impostos", como o próprio ministro das Finanças, Vítor Gaspar, disse, Luís Montenegro culpa a diferente situação dos mercados. Lembra o social-democrata que o peso dos juros significou na altura mais três mil milhões de euros relativamente ao que se vê atualmente.

Luís Montenegro admite que Portugal "tem hoje contas certas, é verdade", mas à custa de "impostos como nunca tivemos" e de "desinvestimento nos serviços públicos". O líder do PSD garante que, só em juros, aquilo que os governos socialistas pouparam revela "que só nos juros houve uma melhoria das condições financeiras do Estado de 3 mil milhões entre 2022 e 2015".

"As contas certas não são por crescimento real", afirma.

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