Paulo Macedo, Paulo Rangel e Ana Paula Martins. Mais do que provável, esta seria a equipa ideal de Montenegro

CNN Portugal , ARC
25 mar, 18:29
Luís Montenegro (LUSA)

Luís Montenegro apresenta a orgânica do Executivo na próxima quinta-feira, dia 28

Paulo Macedo nas Finanças, Paulo Rangel nos Negócios Estrangeiros e Ana Paula Martins na Saúde. Estes são alguns dos nomes apontados por alguns como prováveis e como ideais por outros para liderar as pastas do novo Governo. Luís Montenegro apresenta a orgânica do Executivo na próxima quinta-feira, dia 28. 

Quem estiver à frente dos Ministérios dos Assuntos Parlamentares, das Finanças e da Economia vai ser uma “peça essencial”, alerta Rui Calafate. A gestão da aplicação do PRR não é menos importante, já que, como relembra, “são milhares de milhões que têm de ser executados”.

O Governo da Aliança Democrática vai ter “um lado de combate político”. E, para esse efeito, o comentador da CNN Portugal, que não refere nomes para todas as pastas por não ser ainda conhecida a orgânica, considera que Luís Montenegro vai querer do seu lado pessoas que já o têm acompanhado. É o caso de António Leitão Amaro, que aponta para futuro ministro, sem mencionar uma pasta.

Mas não é só de pessoas de dentro do partido se deve constituir este Executivo. O líder da Aliança Democrática podia “tentar agregar figuras da sociedade, independentes e reconhecidas pela sociedade civil”, nomeadamente na Economia. “Montenegro poderia surpreender com um nome fora do PSD”, diz Rui Calafate, aludindo à meta de crescimento da economia e funcionamento “em pleno” das empresas da coligação.

Este poderá, no entanto, ser um feito difícil de Luís Montenegro concretizar. “A incerteza sobre quanto tempo o Governo vai durar pode assustar alguns nomes que poderiam ser úteis”, afirma o comentador, garantindo que o Executivo “parte de um cenário de muita instabilidade”.

E, enquanto “aproveita este tempo para pensar e formar o Governo”, o futuro primeiro-ministro devia também pensar em “reforçar o lado feminino”. Inês Domingos e Ana Paula Martins são dois nomes referidos por Rui Calafate.

Ministério das Finanças

Para Rui Calafate, Paulo Macedo seria “um trunfo fortíssimo” para Luís Montenegro na pasta das Finanças. “Seria um valor que seria reconhecido pelos portugueses pelo talento demonstrado”, aponta, comentando notícias que avançam o presidente executivo da Caixa-Geral de Depósitos para o cargo. Ainda assim, o comentador da CNN Portugal admite ter “dúvidas” sobre se tal será possível.

Este é também “o nome perfeito” por Mafalda Anjos, tendo em conta “a experiência acumulada” e o bom conhecimento dos dossiers. “É um homem com um currículo extraordinário e com resultados práticos que são inquestionavelmente bons. Na máquina fiscal conseguiu uma proeza que perdura até hoje - olear e reestruturar por dentro”, afirma.

Já Rui Pedro Antunes, editor de política do Observador, explica que Joaquim Miranda Sarmento sempre foi “O Senhor Finanças do PSD” e que pode ser um nome a vir a ser indicado para esta pasta. “Ao longo dos anos representou o PSD. É uma espécie de ministro sombra das Finanças desde Rui Rio e recuperado por Montenegro”, diz, garantindo que “qualquer escolha que não seja esta, será sempre fora da caixa”.

Ministério da Economia

Pedro Reis, antigo secretário executivo do Conselho Estratégico de Internacionalização da Economia e ex-presidente da AICEP, é o nome que tanto Rui Pedro Antunes como Mafalda Anjos consideram provável para a pasta da Economia.

Seria “uma opção por prata da casa”, explica o editor de política do Observador. Para Mafalda Anjos, Pedro Reis pode “fazer uma boa pasta” por ter “competências para o lugar”. “Mais importante do que ser uma figura reputada da economia ou com experiência política é ser uma pessoa que conhece o terreno, as empresas, o tecido económico”, reitera.

A comentadora acrescenta que o Ministério da Economia não deve ficar nas mãos de uma figura da Iniciativa Liberal. “É uma pasta demasiado importante para se cumprir o programa da AD e deve ser uma figura alinhada com os posicionamentos do PSD”, garante.

Ministério dos Assuntos Parlamentares

Apesar de ser candidato à liderança da bancada social-democrata, Hugo Soares é o nome ideal para o Ministério dos Assuntos Parlamentares, diz Mafalda Anjos. “Era justo que Hugo Soares ficasse aqui, porque tem experiência acumulada e podia fazer fazer uma boa pasta como pivô de uma geringonça de direita, uma ponte de contacto entre partidos que possam suportar aprovações”, justifica, dizendo que para liderar a bancada a AD “encontraria outra pessoa”.

A confirmar-se a escolha de  Hugo Soares para líder parlamentar, a pasta dos Assuntos Parlamentares pode perder peso. Quem o diz é Rui Pedro Antunes. “Um nome tão forte como líder parlamentar acaba por esvaziar o peso político dos Assuntos Parlamentares”, reconhece.

Ministério da Administração Interna

Nem a comentadora Mafalda Anjos nem Rui Pedro Antunes conseguem indicar um nome para o Ministério da Administração Interna. O editor de política do Observador relembra que o nome de José Matos Correia foi apontado como possível, mas que o presidente do Conselho Jurisdicional do PSD admitiu não estar interessado.

Ministério da Defesa

O ex-ministro José Pedro Aguiar-Branco seria o ministro da Defesa ideal, diz Mafalda Anjos. Contudo, como vai ser o candidato do PSD à presidência da Assembleia da República, a comentadora aponta uma segunda opção - “eventualmente Nuno Melo podia ser um bom nome”.

Mafalda Anjos destaca a “experiência como eurodeputado” do presidente do CDS como um fator “determinante”. “Seria uma boa forma de incorporar Nuno Melo neste Governo, já que é uma área que tem um ponto de contacto com a Europa”, explica.

Apesar de o nome do presidente do CDS estar em cima da mesa para a Defesa, Rui Pedro Antunes acredita ser “mais possível” que Nuno Melo fique com a Agricultura, não indicando um outro para esta pasta.

Ministério do Ambiente

Para o Ministério do Ambiente, a figura ideal seria, de acordo com Mafalda Anjos, “alguém da sociedade civil”. A comentadora da CNN Portugal explica que o ambiente não está na “primeira linha das preocupações” do novo Governo. “AD e ambiente é um handicap enorme”, garante.

Mafalda Anjos sugere dois nomes para o cargo. Por um lado, o advogado José Eduardo Martins, dada a “experiência de governação”, tendo sido secretário de Estado do Ambiente no Governo de Durão Barroso e do Desenvolvimento Regional no de Pedro Santana Lopes. 

Por outro lado, refere Ana Trigo de Morais, CEO e administradora delegada da Sociedade Ponto Verde. “Tem um espírito reformista e conhece por dentro o setor”, garante.

O editor de política do Observador, que não conhece um nome provável, admite que poderia ser alguém mais novo por se tratar de “uma luta das gerações mais novas”. Contudo, Rui Pedro Antunes duvida se o Governo o permitirá.

Ministério da Justiça

A Justiça devia ter, no Governo da Aliança Democrática, não um ministro, mas um ministro de Estado. Quem o diz é Mafalda Anjos, que fala da importância da pasta. “É uma pasta fundamental e é preciso reformar tanto, por isso devia ser um ministro de Estado para ter uma importância acrescida".

"E deve ser alguém que conheça por dentro, não há tempo para entrar e ir conhecer os dossiers”, adverte.

Assim, para a comentadora, a figura ideal é “uma antiga procuradora-geral da República”, dada a “experiência acumulada de ter passado” pela entidade. “Tudo menos Lucília Gago”, acrescenta ainda.

Já Rui Pedro Antunes acredita que o nome da constitucionalista Raquel Brízida Castro “teria de entrar em ponderação” por ter coordenado o Conselho Estratégico Nacional do PSD, nas áreas da Justiça e Regulação.

Ministério dos Negócios Estrangeiros

O nome de Paulo Rangel é consensual para Mafalda Anjos e Rui Pedro Antunes. “Paulo Rangel, sem dúvida”, disse a comentadora, sublinhando a “experiência” e a “competência” do eurodeputado para assumir as rédeas do cargo.

Este é também para Rui Pedro Antunes o “nome mais forte” para esta pasta, dada a “experiência e a notoriedade a nível europeu”. O editor de política do Observador relembra, contudo, que em novembro deste ano toma posse a próxima Comissão Europeia, na qual Paulo Rangel poderá ter a ambição de estar.

“Seria bom para Paulo Rangel ser ministro dos Negócios Estrangeiros se tiver ambições para um dia liderar o país. É uma pasta desafiante e os eleitores normalmente gostam e elegem-no como um dos melhores ministro do Governo”, explica.

Ministério da Cultura

Mafalda Anjos “gostava” que existisse um Ministério da Cultura social-democrata, lembrando que por norma os governos do PSD só contaram com uma secretaria de Estado dedicada ao tema. Este seria, para Rui Pedro Antunes, “um sinal importante de que a direita não desvaloriza”.

E, havendo, Jorge Barreto Xavier, o ex-secretário de Estado da Cultura, era o nome ideal para a comentadora. “Não sei se teria disponibilidade por estar na Arábia Saudita, mas seria uma boa pasta. Foi um ótimo secretário de Estado”, justifica.

Ministério da Educação

O editor de política do Observador diz que o próximo ministro da Educação deve ser alguém que mostre “abertura”, tendo em conta a luta dos docentes.

Para Rui Pedro Antunes, Alexandre Homem Cristo, que foi assessor parlamentar na Assembleia da República e conselheiro no Conselho Nacional de Educação, seria uma escolha provável de Luís Montenegro, por conhecer a área e ter desenvolvido “opinião e pensamento” sobre a mesma. Para além disso, preencheria os dois critérios que têm sido falados para esta pasta - ser independente e ser alguém da sociedade civil.

Mafalda Anjos não avança um nome.

Ministério do Trabalho e Segurança Social

Cecília Meireles é o nome que Mafalda Anjos gostava de ver anunciado para o Ministério do Trabalho e Segurança Social. Foi deputada do CDS e secretária de Estado do Turismo no Governo do PSD/CDS, tendo mostrado “competência” e “solidez”, para além de “estudar bem” os dossiers e conter “um lado de humanismo importante”. 

Atualmente, está afastada da vida partidária no sentido ativo, continuando como comentadora, e já afirmou que prefere estar focada na vida pessoal. 

Já Rui Pedro Antunes não conhece uma figura provável para o Ministério do Trabalho e Segurança Social.

Ministério da Saúde

O nome de Miguel Guimarães, ex-bastonário da Ordem dos Médicos, já foi apontado como possível ministro da Saúde, algo com que Mafalda Anjos não concorda. “Seria uma má escolha pela forma como conduziu o mandato como bastonário, fez política em vez do que lhe competia e não gosto de ver pessoas a usurpar funções”, esclarece.

A comentadora fala, em vez disso, de José Martins Nunes, como a escolha ideal. Em causa está a “experiência acumulada”, como secretário de Estado da Saúde no Governo de Cavaco Silva, e o conhecimento “por dentro” do SNS, por trabalhar como presidente do Centro Hospital e Universitário da Universidade de Coimbra.

Ana Paula Martins é o nome indicado como provável por Rui Calafate e por Rui Pedro Antunes. A ex-bastonária da Ordem dos Farmacêuticos e antiga presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar Lisboa Norte é, para o comentador, uma “pessoa competente” e “credenciada para a saúde”, diz o comentador da CNN Portugal.

Rui Pedro Antunes acrescenta que Ana Paula Martins “conhece o SNS” e que o Governo “precisa de ter mulheres”.

Ministério da Habitação

Se for “um Ministério isolado”, Rui Pedro Antunes considera Rita Alarcão Júdice uma escolha provável por Luís Montenegro para a pasta da Habitação. Em causa está a coordenação da área no Conselho Estratégico Nacional do PSD, que deu à ex-sócia da PLMJ experiência.

Já Filipa Roseta, nome que também circula, é “menos consensual”, afirma.

Mafalda Anjos confessa não conseguir apontar um nome para a pasta da Habitação.

Ministério da Agricultura

Rui Pedro Antunes acredita ser “possível” que Nuno Melo ocupe a pasta da Agricultura.

Para Mafalda Anjos, o líder do CDS fica melhor na Defesa, mas a comentadora também descarta Eduardo Oliveira e Sousa, da Confederação dos Agricultores Portugueses, para esta pasta. “Seria uma péssima escolha por não perceber desde logo que estão em curso algo como as alterações climáticas e isso é determinante para tomar decisões em matéria de agricultura”, diz.

Ministério das Infraestruturas

Tanto para Mafalda Anjos como para Rui Pedro Antunes, Miguel Pinto Luz é um nome provável para a pasta das Infraestruturas. “Tem ambição política e esteve envolvido no tema do aeroporto no Governo de Passos Coelho, é um nome que faz sentido”, afirma a comentadora.

O editor de política do Observador diz que o atual vice-presidente da Câmara Municipal de Cascais “sempre foi o Senhor Infraestruturas” do partido. 

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