Vizela-Marítimo, 1-1 (crónica)

Ricardo Jorge Castro , Estádio Futebol Clube de Vizela, Vizela
8 mai 2022, 17:43

Bondoso e histórico

De rainha ao peito, o Vizela continua de primeira.

Um ano depois da subida, a primeira manutenção da história do clube na I Liga. O passaporte para uma terceira presença na elite do futebol português está assegurado.

Pela mão de Álvaro Pacheco e depois de duas subidas consecutivas, desde o Campeonato de Portugal em 2020, a «alma romana» vizelense deu mais um passo sustentado para a afirmação. Ou confirmação.

Um ponto bastava para uma equipa que, desde o início da época, mostrou união entre si e grande comunhão com os adeptos, para agora escrever mais um objetivo inédito nos seus livros. E foi mesmo isso que aconteceu, numa tarde de festa, com mais de 4 mil espetadores nas bancadas.

Um golo para cada lado e o ponto que bastava, no empate frente ao Marítimo, no último jogo da época em casa. E até a derrota dava, fruto do desaire do Tondela em Barcelos.

Um final Bondoso para o Vizela, mesmo que o golo de Kiko tenha sido anulado pelo de Rafik Guitane para o 1-1 final no marcador.

Mais Vizela e ouvidos em Barcelos

A primeira parte teve um Vizela mais rematador e dinâmico ofensivamente, mas faltou o golo. A primeira ocasião surgiu logo aos seis minutos, com um voo espetacular de Miguel Silva a negar o 1-0 a Schettine num livre direto (6m).

O Marítimo respondeu com uma ou outra saída interessante e, após um canto, avisou por Zainadine num cabeceamento ao lado (16m), antes de o Vizela ter tido uma contrariedade minutos antes anunciada, com a saída de Samu, por lesão, no pé direito. Raphael Guzzo entrou, mas as ideias e o plano não mudaram.

Até ao intervalo, o 0-0 manteve-se, apesar de ainda se ter gritado golo vindo de Barcelos, onde uma escorregadela do Tondela só interessava se o Vizela perdesse. O Gil marcou, mas foi anulado. Golo também quase se gritou depois de uma iniciativa de Kiko Bondoso e de um remate com selo de golo de Raphael Guzzo, mas Vítor Costa fez de Miguel Silva e assinou um corte espetacular com o pé direito (35m).

Bondoso a abrir e festa a fechar

O Marítimo, que pouco criou junto da baliza contrária em 45 minutos, apareceu muito melhor no reatamento e mostrou mais irreverência e capacidade para chegar perto da baliza de Pedro Silva. Exemplo disso foi uma boa jogada de Clésio para um remate de Beltrame cortado por Guzzo na hora certa (48m). Logo a seguir, André Vidigal obrigou Pedro Silva a uma defesa difícil, mas quem desbloqueou o marcador foi mesmo um homem da casa.

Kiko Bondoso, que acompanhou todo o trajeto do Vizela desde o CP até à I Liga, aproveitou um cruzamento de Cassiano após roubo de bola a Zainadine para, em esforço, desviar para o fundo da baliza (56m).

A tarde só não foi perfeita – entenda-se, com vitória – porque cinco minutos bastaram e Richard Ofori, numa abordagem letal a um cruzamento, com o peito, deixou a bola à mercê de Rafik Guitane para o empate (61m), já com Vasco Seabra longe do banco, expulso instantes antes.

Numa maratona de emoções, o Vizela sabia que estava cada vez mais perto do objetivo e mais ia ficando com o avolumar da vantagem do Gil frente ao Tondela. Alex Méndez ainda teve uma boa ocasião para fazer o 2-1 e Matheus Costa saiu de maca e acabou muito ovacionado pelos adeptos de uma casa pela qual já passou.

No final, volta de honra ao estádio e comunhão total para um feito Bondoso. Histórico. O Vizela tem bilhete de primeira classe para 2022/23.

 

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