Vizela-Casa Pia, 0-4 (crónica)

Bruno José Ferreira , Estádio do FC Vizela
31 mar, 19:57
Alavés-Real Sociedad (ADRIAN RUIZ HIERRO/EPA)

Míssil e bicicleta no triunfo com nota artística dos gansos em Vizela

Uma grande dose de pragmatismo, organização q.b. e paciência foi a receita do triunfo do Casa Pia (0-4) em Vizela na tarde deste domingo de Páscoa. De regresso aos triunfos, após três jornadas sem vencer, a equipa de Gonçalo Santos salta três lugares na classificação, foge aos lugares aflitivos e deixa os vizelenses afundados na classificação.

Concentrado, o Casa Pia esperou que o Vizela entrasse em autodestruição, aproveitando os erros contrários também com nota artística. O primeiro golo é um míssil de Ângelo Neto e Felippe Cardoso bisou na segunda parte: o segundo do brasileiro rivaliza com o golo do compatriota. Marcou num pontapé de bicicleta, pondo a nu as fragilidades e a falta de agressividade da defesa da casa. Arrazabal fechou a contagem

Agora a meio da tabela, o Casa Pia respira com mais tranquilidade o ar que o Vizela vem há muito procurando para sair do penúltimo lugar. Numa das piores prestações da temporada, o Vizela não deu réplica e o ambiente fica cada vez mais complicado. O técnico e a SAD foram muito contestados.

Um míssil a dar estrondo a um jogo tímido

Sem rasgo, sem intensidade. Sem chama. Ia faltando um pouco de tudo ao embate entre Vizela e Casa Pia numa espécie de pacto de não agressão em domingo de Páscoa. O conjunto da casa, aflito na tabela, tentava ter a iniciativa, mas falta critério e sobravam remates do meio da rua sem grande nexo.

Mais confortável, o Casa Pia fazia por ser organizado, sem se expor e explorando as transições. Um figurino que, apesar de vincado, não ia sendo operacionalizado por qualquer uma das equipas. Teve de ser um autêntico míssil a fazer a diferença, causando estrondo num jogo tímido.

A meio da primeira parte, Ângelo Neto disferiu um potente remate de fora da área, a meio do seu meio campo ofensivo, assinando uma obra de arte daquelas que dão para emoldurar. Com dois toques, recebeu de forma orientada e atirou ao ângulo, sem hipóteses para Buntic.

Felippe Cardoso entra em cena: marca de bicicleta

Perdido em campo, sem criatividade e sem ideias, o Vizela precisava de se reinventar para entrar verdadeiramente na luta pelos pontos em disputa. Soro, Bruno Costa e Petrov foram apostas ao intervalo, inclusive com uma mudança de esquema tático, por parte de Ruben De La Barrera. Sem efeito; o Vizela desmoronou-se por completo.

A ânsia vizelense nunca conseguiu ser uma verdadeira reposta, e proporcionou um cenário ideal para os contragolpes casapianos. O segundo tento da equipa de Gonçalo Santos chegou ao minuto 57, por Felippe Cardoso quando o Vizela já estava com dez elementos em campo: Bruno Costa lesionou-se quando as substituições estavam feitas. A defesa vizelense foi pouco agressiva, e Felippe Cardoso teve tempo para rodar e enquadrar-se com a baliza, rematando na meia lua para o fundo das redes.

Felippe Cardoso tinha ainda mais um motivo para fazer valer o bilhete dos 2235 adeptos presentes nas bancadas. Pontapé de bicicleta , mais um grande momento artístico a aproveitar a displicência vizelense para abrilhantar ainda mais um triunfo sem qualquer margem para contestação. Arrazabal fechou a contagem ao ir por lá fora sem oposição em mais um exemplo da crença dos gansos e do desnorte vizelense. 

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