Um stop ao dragão com polémica, desacerto e muita luta

14 set 2014, 23:50
Vitória de Guimarães vs FC Porto (Lusa)

V. Guimarães-FC Porto, 1-1 (crónica) Stop ao Dragão em Guimarães num jogo que não teve a matriz de Lopetegui

Teste de fogo, dragão chumbado e um rescaldo que promete. O FC Porto empatou em Guimarães e deixou no D. Afonso Henriques os primeiros dois pontos da época, perdendo, assim, a oportunidade de se isolar no comando da Liga, uma premissa que, de resto, era válida para ambas as equipas em campo.

A igualdade, contudo, foi muito mais festejada pelo Vitória que, assim, continua colado à liderança, agora para quatro equipas: a estas juntam-se Rio Ave e Benfica.

Tal como se previa, este foi o teste mais duro ao Dragão de Lopetegui. O Vitória apareceu cheio de vontade e confiança, alicerçando a sua fé nas três vitórias conseguidas no início da Liga. O relvado, melhor do que na receção ao Penafiel mas longe do ideal e prejudicado pela chuva, ajudou ao jogo mais combativo da equipa de Rui Vitória, por contraste com o toca e foge portista.

De facto, não foram precisos muitos minutos para perceber que o FC Porto teria muitas dificuldades em impor o seu estilo no palco vimaranense. Mas nem tudo foi culpa da relva, sublinhe-se. A formação vitoriana aplicou uma pressão muito forte e desde muito cedo no terreno de jogo. Limitou os criativos portistas e só Brahimi, e muito a espaços, libertava-se do colete-de-forças.

Para esse pouco FC Porto que se viu no início contribuíram as dificuldades evidentes no miolo. Ruben Neves teve a atuação mais fraca desde que surgiu nesta equipa, Herrera nem sempre tomou as melhores decisões e Casemiro tinha mais preocupações que não passavam por armar o jogo ofensivo.

Assim, Jackson ficou desapoiado, Quintero escondido e só Brahimi, como se disse, ia empurrando a equipa. Foi assim logo no primeiro lance de perigo, aos 2 minutos, num remate para defesa de Douglas. Foi assim à meia hora, quando arrancou para a baliza mas viu novamente o guardião vimaranense levar a melhor.

Aliás, Douglas acabou por ser uma das figuras do jogo, mesmo que, sobretudo na primeira parte, o V. Guimarães também tenha tido as suas oportunidades. A mais flagrante foi desperdiçada pelo central João Afonso, após canto, e nas barbas de Fabiano. Um desvio subtil de mais.

Confusão nas bancadas trava ritmo vimaranense


A melhor fase do Vitória acabou por ser interrompida…pelas bancadas. Uma confusão no setor dos adeptos vitorianos obrigou Paulo Batista a interromper o jogo. E quando voltou, quase dez minutos mais tarde, o Vitória pressionante e enérgico havia-se perdido.

Mérito portista, claro, que construir vários lances de golo no tempo que faltava até ao descanso. Quintero testou novamente Douglas, agora de livre; Defendi impediu que Herrera emendasse um centro de Jose Angel e, num lance polémico, Cafu parece ter desviado com o braço dentro da área. Pénalti que ficou por marcar a favor do FC Porto.

A segunda metade arrancou como terminara a primeira. Com mais FC Porto. Ainda que longe do estilo marcado desta equipa, e entrando na onda de maior luta, os portistas imposeram-se ao rival.

E marcaram, de pénalti. Na mais pacífica das decisões que tomou, Paulo Baptista não ignorou o agarrão de Bruno Gaspar a Brahimi. Jackson fez o quinto na Liga.

Os apitos da discórdia


A vantagem parecia lançar o FC Porto para a vitória até porque o rival era, naquela altura, uma sombra do que já tinha sido. Mas depois veio o lance que baralhou tudo de novo. Após canto, a bola sobra para Jackson que, num lance aparentemente inofensivo, falha o toque na bola ao mesmo tempo que André André cai. Pénalti, gritou-se no estádio. Paulo Batista hesitou, mas apontou para o marca de grande penalidade, vendo, talvez, um toque no calcanhar do médio vitoriado. Bernard empatou.

Num jogo, evidentemente, marcado pelas decisões do árbitro, outra ainda deixou dúvidas. Brahimi, três minutos depois do empate, a passe de Jackson, bate Douglas, mas o assistente assinala um fora-de-jogo que até na televisão deixa dúvidas.

A partir daí, o Vitória assumiu a defesa do ponto e o FC Porto fez o tudo por tudo para chegar ao golo da vitória. Teve oportunidades para isso, mas não teve acerto.

No dia em que sofreu o primeiro golo da época, o FC Porto perdeu, também, os primeiros pontos. E o rescaldo será feito, certamente, ao som do apito. 

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