Sp. Braga-Casa Pia, 0-1 (crónica)

Bruno José Ferreira , Estádio Municipal de Braga
6 nov 2022, 20:12

Gansos reforçam o estatuto sensação sem utopias

Filipe Martins, treinador do Casa Pia, referiu na antevisão à visita à pedreira que “neste momento, a luta pela Europa é uma utopia”. Com uma exibição personalizada, os gansos saem do Municipal de Braga com um triunfo (0-1) e os dados a contrariarem o técnico; está recuperado o quarto lugar, relegando o Sporting para quinto, estando a apenas dois pontos do terceiro lugar, ocupado precisamente pelo Sp. Braga.

Se a teoria é o que é, e de utopia tem pouco, na prática o Casa Pia rubricou mais uma boa exibição, reforçando o estatuto de sensação do futebol português esta época. Um golo de Rafael Martins, de cabeça – a meio da primeira parte – resolveu um jogo que, apesar de dominado pelo Sp. Braga, nunca pareceu estar descontrolado pelos gansos.

Com a possibilidade de recuperar o segundo lugar, os guerreiros sofreram a segunda derrota consecutiva em casa na Liga – vinham de um desaire frente ao Chaves – comprometendo esse assalto com uma prestação pálida em que nem de grande penalidade marcaram. Ricardo Horta desperdiçou da marca dos onze metros.

Cabeça de Rafael Martins serve de guia

Personalizado e a demonstrar qualidade na saída de bola a partir do seu setor mais recuado, o Casa Pia surpreendeu, de certa forma, um Sp. Braga habituado a ter mais bola. Os guerreiros tiveram de correr mais atrás da esférico do que é comum, o que se fez sentir depois quando o conjunto de Artur Jorge tinha de construir.

Neste cenário, os gansos inervavam pela tranquilidade quase excessiva que tinham junto à sua área. Num desses lances a má saída de bola deixou André Horta em posição de poder abanar com as redes naquele que foi o lance mais perigoso dos arsenalistas na primeira metade. Só que O Sp. Braga não só não marcou como viu o Casa Pia chegar à vantagem no lance imediatamente a seguir, a meio da primeira parte.

Com espaço pelo corredor esquerdo, Leonardo Lelo posicionou-se em zona de cruzamento, centrando com as medidas certas, de forma tensa, para o coração da área. Aí Rafael Martins foi letal, aplicando um cabeceamento indefensável de forma a bater Matheus. Ao primeiro toque, de forma simples, o Casa Pia chegou à área e colocou-se na frente.

Espaço para os guarda-redes brilharem: Ricardo Batista trava penálti

Banza foi aposta de Artur Jorge ao intervalo e, já no decorrer da segunda parte, Álvaro Djaló também foi lançado no jogo. Ciente de que poderia quebrar fisicamente após mais uma jornada europeia, o Sp. Braga quis imprimir o ritmo e assumir as rédeas do jogo na corrida atrás do prejuízo.

O Casa Pia respondeu e o arranque da segunda metade foi estonteante. Parada e resposta, perigo junto das balizas e espaço para os guarda-redes brilhar. Quer Ricardo Batista quer Matheus assinaram defesas de grande nível.  Deu mais nas vistas o guarda-redes dos gansos, sustendo inclusive uma grande penalidade. No frente a frente com Ricardo Horta levou a melhor sobre o capitão arsenalista, mantendo o Casa Pia na frente a um quarto de hora do fim.

O Sp. Braga sentiu esse momento. A reação continuou, mas de forma mais amorfa e quase que condenada ao insucesso. Cai para o terceiro lugar o Sp. Braga vendo o Sporting e, sobretudo, este sensacional Casa Pia aproximarem-se.

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